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Trump demite general C.Q. Brown e promove Dan Caine como novo chefe militar dos EUA
Em uma reformulação sem precedentes, Donald Trump afasta o general C.Q. Brown e outros altos oficiais das Forças Armadas dos EUA.
Na última sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a demissão do general da Força Aérea C.Q. Brown, que ocupava o cargo de presidente do Estado-Maior Conjunto, em uma movimentação que marca uma mudança significativa na liderança militar do país. Além de Brown, Trump afastou outros cinco altos oficiais, incluindo a almirante Lisa Franchetti, que fez história como a primeira mulher a comandar a Marinha dos EUA.
Trump fez o anúncio em sua plataforma Truth Social, onde revelou que indicaria o ex-tenente-general Dan “Razin” Caine como sucessor de Brown. Essa escolha quebra uma tradição ao promover alguém da reserva para o cargo mais alto das Forças Armadas, uma decisão que pode ter repercussões significativas na estrutura militar americana.
A demissão de Brown, que era o segundo oficial militar a se tornar o principal conselheiro militar do presidente, ocorre em um momento de turbulência no Pentágono, que já se preparava para uma reestruturação abrangente, incluindo demissões em massa de funcionários civis e mudanças nas mobilizações militares sob a nova política externa de Trump, conhecida como “America First” (EUA em primeiro lugar).
Embora a liderança civil do Pentágono possa mudar com cada nova administração, os membros das Forças Armadas dos EUA são esperados para manter uma postura apolítica, cumprindo as diretrizes de governos de diferentes espectros políticos. Brown, que estava em seu mandato até setembro de 2027, será dispensado com efeito imediato, antes mesmo da confirmação de seu sucessor pelo Senado.
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O anúncio de Trump foi recebido com críticas por parte de parlamentares democratas, que condenaram a decisão. O senador Jack Reed, de Rhode Island, expressou preocupação, afirmando que “demitir líderes que usam uniformes como um teste de lealdade política ou por motivos relacionados à diversidade e gênero que nada têm a ver com desempenho corrói a confiança e o profissionalismo que nossos militares precisam para cumprir suas missões”.
O deputado Seth Moulton, também democrata, caracterizou as demissões como “antiamericanas, antipatrióticas e perigosas para nossas tropas e para nossa segurança nacional”, ressaltando que essa ação representa a politização do Exército.
Trump, por sua vez, elogiou Brown por seus mais de 40 anos de serviço, mas justificou sua decisão ao afirmar que a liderança militar se tornou excessivamente focada em iniciativas de diversidade, desviando-se de sua missão principal de defesa. O presidente também destacou a experiência de Caine, que, segundo ele, foi fundamental na luta contra o Estado Islâmico durante sua atuação no Iraque.
Caine, que possui uma carreira militar distinta e mais de 2.800 horas de voo em F-16, também atuou em diversas funções civis no governo, incluindo como diretor de políticas para o conselho de segurança interna da Casa Branca. Sua ascensão ao cargo de principal oficial militar dos EUA dependerá da aprovação do Senado, onde enfrentará um processo de confirmação potencialmente desafiador.
A escolha de Caine reflete a visão de Trump de uma liderança militar que se alinhe mais estreitamente com sua agenda política, e a expectativa é que ele promova uma abordagem mais agressiva em relação à segurança nacional e à defesa dos interesses americanos.
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