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Pentágono e FBI ignoram ordem de Elon Musk sobre justificativa de atividades
Agências federais dos EUA pedem que funcionários não respondam a e-mail de Elon Musk que exige explicações sobre suas atividades recentes.
O Pentágono e outras agências federais dos Estados Unidos, incluindo o FBI, emitiram uma orientação para que seus funcionários não respondam a um e-mail enviado por Elon Musk, que solicitava explicações sobre as atividades realizadas nas últimas semanas. A medida foi considerada uma resposta a um ultimato do bilionário, que é conselheiro do ex-presidente Donald Trump e tem promovido uma campanha para reduzir a força de trabalho no governo americano.
O e-mail, enviado pelo Escritório de Gestão de Pessoal dos Estados Unidos (OPM), estabelecia um prazo até a noite de segunda-feira para que os funcionários dessem conta de cinco tarefas que realizaram na semana anterior. A mensagem provocou reações imediatas, levando a uma orientação de que os servidores não deveriam responder.
No domingo, o Departamento de Defesa divulgou uma nota pedindo aos seus funcionários que “pausassem qualquer resposta” ao e-mail do OPM, que tinha como assunto “O que você fez na semana passada?”. O comunicado enfatizava que a avaliação do desempenho dos servidores é responsabilidade do próprio departamento e que qualquer revisão deve seguir os procedimentos internos.
Segundo informações do New York Times, outras agências, como o Departamento de Estado e o escritório nacional de inteligência, também aconselharam seus funcionários a não responderem ao pedido de Musk. Kash Patel, o novo diretor do FBI, reiterou que a agência é responsável por todos os processos de avaliação de desempenho.
A resistência das agências governamentais sugere um possível atrito entre Musk e figuras chave da administração Trump. O bilionário, que é o homem mais rico do mundo e um dos principais doadores de Trump, foi incumbido de liderar esforços para cortar despesas no governo federal através do recém-criado Departamento de Eficiência Governamental, conhecido como Doge.
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O Doge, uma entidade independente, já enfrentou críticas e desafios legais, e sua criação gerou controvérsias em várias frentes. Funcionários públicos expressaram preocupação com a possibilidade de demissões em massa, caso não cumprissem as exigências de Musk.
Os sindicatos, como a Federação Americana de Funcionários Governamentais (AFGE), manifestaram sua oposição às ordens de Musk, prometendo contestar qualquer demissão que considerem ilegal. A AFGE é o maior sindicato do serviço público nos Estados Unidos e tem se posicionado contra as medidas que possam afetar os direitos dos trabalhadores.
Elon Musk, que também é CEO da SpaceX e Tesla, havia alertado anteriormente que a falta de resposta ao e-mail seria considerada como uma “demissão”. No entanto, o comunicado que os funcionários receberam não continha essa ameaça explícita.
O clima de tensão entre Musk e as agências governamentais se intensificou nas últimas semanas, com o governo Trump promovendo cortes significativos na força de trabalho federal. Relatos indicam que milhares de funcionários em período de experiência foram demitidos, enquanto outros foram incentivados a se demitir em troca de compensações financeiras.
O cenário atual levanta preocupações sobre o impacto das políticas de Musk e da administração Trump sobre o serviço público e a capacidade do governo de operar de maneira eficaz.
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