WeWork assume controle total no Brasil após saída do SoftBank
Gigante de coworking reverte crise e mantém 28 espaços de trabalho no País
A WeWork, empresa reconhecida por oferecer espaços de trabalho compartilhados, anunciou nesta segunda-feira, 24, a conclusão da saída do SoftBank, grupo japonês de investimentos, de suas operações no Brasil. A transação, que envolveu a venda de 49,9% da participação do SoftBank na WeWork Brasil, foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e marca um novo capítulo para a multinacional no País.
Com a venda, a WeWork reassume o controle total de suas atividades brasileiras, um movimento que ocorre após um período desafiador, caracterizado por dificuldades financeiras e um modelo de negócios que sofreu impactos significativos devido à pandemia de Covid-19. A empresa enfrentou atrasos no pagamento de aluguéis e ações de despejo, resultando no fechamento de algumas de suas unidades.
O SoftBank havia se tornado sócio da WeWork no Brasil em 2021, através de uma joint venture, com a intenção de expandir a presença da empresa de coworking na América Latina. Entretanto, a parceria passou a ser questionada após a WeWork enfrentar uma crise financeira, que culminou em um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos em 2023.
John Santora, CEO da WeWork, destacou a importância dessa reintegração ao afirmar que “abrirá novas oportunidades em uma região de foco chave para a empresa”. Ele acrescentou que a estrutura agora totalmente sob controle da WeWork permitirá uma melhor adequação às demandas por espaços de trabalho flexíveis.
Claudio Hidalgo, presidente regional da WeWork na América Latina, também comentou sobre a transição, afirmando que a integração das operações brasileiras é “essencial para otimizar nossos processos e melhorar a eficiência operacional”.
Atualmente, a WeWork opera 28 locais no Brasil, incluindo cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. A empresa está focada em manter operações financeiramente sustentáveis, após reduzir seu portfólio de 32 para 28 espaços ao longo do último ano.
As dificuldades enfrentadas pela WeWork no Brasil refletem um cenário mais amplo de desafios que a empresa enfrentou globalmente, especialmente após a tentativa frustrada de abertura de capital em 2019 e os efeitos da pandemia, que mudaram radicalmente o mercado de trabalho.
Para auxiliar na reestruturação, a WeWork contratou a consultoria Alvarez & Marsal, que já havia prestado serviços semelhantes em outras regiões. A empresa busca não apenas estabilizar suas operações, mas também se reposicionar no mercado de coworking, que continua a evoluir em resposta às novas demandas de trabalho.
O SoftBank, que investiu mais de US$ 10 bilhões na WeWork globalmente, agora se retira completamente da operação brasileira, encerrando uma parceria que, embora promissora, se tornou problemática ao longo do tempo. A saída do grupo japonês representa uma nova fase para a WeWork, que busca consolidar sua presença no Brasil e reverter os desafios enfrentados nos últimos anos.
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