Expectativa de inflação para 2025 se mantém em 15%, enquanto projeções para o PIB são ajustadas.
24 de Fevereiro de 2025 às 18h53

Mercado financeiro eleva previsões de inflação pela 19ª semana consecutiva

Expectativa de inflação para 2025 se mantém em 15%, enquanto projeções para o PIB são ajustadas.

O mercado financeiro continua a elevar suas previsões para a inflação, com a expectativa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano subindo para 5,65%. Essa é a 19ª semana consecutiva em que os analistas ajustam suas projeções, conforme divulgado no Boletim Focus do Banco Central nesta segunda-feira (24).

A nova estimativa representa um aumento de 0,05 ponto percentual em relação ao levantamento anterior. Com essa elevação, a inflação permanece acima do limite superior da meta estabelecida pelo Banco Central, que é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Além da inflação deste ano, os economistas também ajustaram suas expectativas para 2026, elevando a projeção de 4,35% para 4,40%. Para os anos seguintes, as previsões apontam uma leve redução, com 4% para 2027 e 3,79% para 2028.

A expectativa para a Selic, taxa básica de juros, permanece em 15% para o final de 2025. Para os anos subsequentes, as projeções são de 12,5% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028.

O dólar, por sua vez, teve uma leve redução em sua previsão, passando de R$ 6 para R$ 5,99 para este ano. Para o PIB (Produto Interno Bruto), a expectativa é de crescimento de 2,01% em 2025 e 1,7% em 2026, enquanto a projeção para 2027 foi ajustada de 1,98% para 2%.

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Essas revisões ocorrem em meio à divulgação de dados do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) pelo Banco Central, que indicaram um crescimento de 3,8% na atividade econômica brasileira em 2024, apesar de uma contração inesperada em dezembro.

Os investidores estão atentos a declarações de membros do governo sobre possíveis medidas para controlar a inflação, especialmente em relação aos preços dos alimentos, que são considerados cruciais para a trajetória inflacionária do país.

O economista Pedro Ros, CEO da Referência Capital, comentou que “o Boletim Focus desta semana reflete um cenário de maior preocupação do mercado com a inflação persistente no Brasil”. Ele destacou que a revisão para cima das projeções do IPCA indica que a dinâmica inflacionária, especialmente em serviços e alimentos, continua resistente, mesmo diante de uma Selic elevada.

João Kepler, CEO da Equity Fund Group, acrescentou que o desafio da economia brasileira é “equilibrar a necessidade de desinflação sem comprometer o crescimento”, em um cenário onde os juros reais já estão elevados, limitando o espaço para novas altas sem impactos negativos na atividade econômica.

O cenário econômico brasileiro continua a ser desafiador, com a inflação acima do desejado e o crescimento econômico enfrentando obstáculos significativos.

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