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Tarcísio de Freitas defende Bolsonaro e critica denúncia da PGR como "forçação de barra"
Governador de São Paulo classifica acusações contra ex-presidente como "revanchismo" e "vulgarização" da política
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), manifestou-se nesta terça-feira (25) sobre a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), chamando-a de "forçação de barra" e "revanchismo". As declarações foram feitas durante um evento em Mogi das Cruzes, onde Tarcísio participou da entrega de uma praça.
Em sua fala, o governador, que foi ministro da Infraestrutura no governo Bolsonaro, afirmou que as evidências apresentadas pela PGR não demonstram qualquer conexão com o ex-presidente. "Nada do que é apresentado mostra alguma relação ou responsabilidade", disse Tarcísio, enfatizando a necessidade de se deixar de lado as paixões políticas ao analisar a situação.
O governador criticou a ideia de responsabilizar pessoas que, segundo ele, não têm relação com os fatos. "Está se criando uma maneira de responsabilizar pessoas que não têm responsabilidade. Isso é perigoso", alertou Tarcísio, que também mencionou os áudios divulgados pela Polícia Federal, os quais revelam discussões entre militares sobre uma suposta trama golpista.
“O que tem os áudios em termos de responsabilidade objetiva? Absolutamente nada. Então, sinceramente, tem muita forçação de barra nisso”, completou o governador, reforçando sua defesa ao ex-presidente.
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A PGR denunciou no último dia 18 um total de 34 pessoas no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. As acusações contra Bolsonaro incluem crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito e participação em uma organização criminosa, que podem resultar em penas de até 43 anos de prisão.
Além disso, a PGR sugere que o ex-presidente poderia enfrentar inelegibilidade por um período superior aos oito anos já definidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) devido a condenações anteriores.
O ex-presidente Jair Bolsonaro será julgado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que, segundo apurações, tende a ser unânime em torná-lo réu. Tarcísio, que é considerado um potencial candidato à Presidência em 2026, já havia se manifestado em defesa de Bolsonaro nas redes sociais, afirmando que o ex-presidente "jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito".
A situação atual de Bolsonaro aumenta a pressão sobre Tarcísio para que ele considere uma candidatura à Presidência nas próximas eleições, especialmente em um momento em que a aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está em queda.
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