Taiwan classifica exercícios de 'fogo real' da China como provocação e intensifica vigilância na região.
26 de Fevereiro de 2025 às 19h08

Taiwan condena exercícios militares da China e mobiliza suas forças armadas

Taiwan classifica exercícios de 'fogo real' da China como provocação e intensifica vigilância na região.

TAIPÉ - Taiwan expressou forte condenação às recentes manobras militares da China, que incluem exercícios de "fogo real" realizados nas proximidades da ilha autônoma. O Ministério da Defesa de Taiwan classificou esses exercícios como uma ação provocativa, destacando que a China não respeitou as normas internacionais ao estabelecer uma zona de treinamento a cerca de 40 milhas náuticas (74 km) da costa taiwanesa.

Na manhã de quarta-feira, o ministério informou que 32 aeronaves militares chinesas foram detectadas realizando um "exercício conjunto de prontidão de combate" com navios de guerra na área do Estreito de Taiwan. A situação foi considerada alarmante, levando Taiwan a mobilizar suas forças armadas para monitorar e responder adequadamente a qualquer eventualidade.

O comunicado oficial do Ministério da Defesa de Taiwan destacou que a China "violou descaradamente as práticas internacionais" ao não fornecer aviso prévio sobre os exercícios, que foram descritos como uma "provocação flagrante" à paz e estabilidade da região. A pasta ressaltou que a segurança dos voos e da navegação internacional está em risco devido a essas atividades.

Os principais centros populacionais do sudoeste de Taiwan, como Kaohsiung e Pingtung, são estratégicos, abrigando importantes bases navais e aéreas. A mobilização das forças armadas taiwanesas foi uma resposta direta à intensificação das atividades militares chinesas, que têm se tornado mais frequentes nos últimos anos.

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Em resposta às acusações de Taiwan, o Ministério das Relações Exteriores da China não comentou diretamente sobre a criação da zona de treinamento, mas reafirmou sua posição de que Taiwan é parte de seu território sob a política de Uma Só China. Pequim não descartou o uso da força para garantir a reunificação da ilha.

O governo taiwanês, liderado pelo presidente Lai Ching-te, que assumiu o cargo no ano passado, rejeita as reivindicações de soberania da China e afirma que apenas o povo de Taiwan pode decidir seu futuro. A situação se agrava em um contexto de crescente tensão entre Beijing e Washington, especialmente após os Estados Unidos reafirmarem seu apoio à autonomia de Taiwan.

Os exercícios militares da China foram considerados uma demonstração de força e uma tentativa de pressionar Taiwan, que tem buscado fortalecer suas defesas. O Ministério da Defesa de Taiwan enfatizou que a manutenção da paz e da estabilidade na região é uma responsabilidade compartilhada entre os lados do Estreito de Taiwan.

Enquanto isso, a China, através de seu porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, criticou os Estados Unidos por suas vendas de armas a Taiwan, afirmando que isso compromete a segurança na região. Pequim insiste que a reunificação com Taiwan é inevitável e que tomará as medidas necessárias para garantir seus interesses territoriais.

O clima de tensão entre Taiwan e China continua a se intensificar, com a população taiwanesa atenta às movimentações militares e políticas que podem impactar a segurança e a estabilidade da ilha.

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