Saldo negativo é o maior para o mês desde 2020, com aumento de 96,4% em relação ao ano anterior
27 de Fevereiro de 2025 às 17h12

Brasil registra déficit de US$ 8,66 bilhões em conta corrente em janeiro de 2025

Saldo negativo é o maior para o mês desde 2020, com aumento de 96,4% em relação ao ano anterior

O Brasil enfrentou um déficit de US$ 8,66 bilhões em suas contas externas em janeiro de 2025, conforme dados divulgados pelo Banco Central nesta quinta-feira (27). Este valor representa o maior saldo negativo para o mês desde o início da série histórica, em 2020, e reflete um aumento de 96,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

As contas externas abrangem diversas transações financeiras internacionais, incluindo a balança comercial, que lida com exportações e importações, além de serviços adquiridos por brasileiros no exterior e transferências de renda, como remessas de lucros e dividendos para outros países.

O déficit em janeiro foi impulsionado principalmente pela conta de serviços, que registrou um rombo de US$ 4,55 bilhões, superior aos US$ 3,53 bilhões registrados em janeiro de 2024. Este aumento reflete gastos crescentes com viagens e outros serviços contratados fora do Brasil.

No primeiro mês de 2025, a balança comercial apresentou um superávit de US$ 1,22 bilhão, uma queda significativa em relação aos US$ 5,56 bilhões do mesmo período do ano anterior. Isso indica uma diminuição nas exportações ou um aumento nas importações, impactando diretamente o saldo das contas externas.

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Os investimentos diretos estrangeiros no Brasil também apresentaram uma queda expressiva, totalizando US$ 6,5 bilhões em janeiro, uma redução de 28,4% em relação aos US$ 9,1 bilhões do mesmo mês do ano anterior. Este montante não foi suficiente para cobrir o déficit de US$ 8,66 bilhões nas contas externas.

O Banco Central estima que a dívida externa brasileira atingiu US$ 350,3 bilhões em janeiro, um aumento em relação aos US$ 345,9 bilhões registrados em dezembro. A dívida externa de longo prazo foi de US$ 262,4 bilhões, enquanto o estoque de curto prazo ficou em US$ 87,9 bilhões.

A conta de renda primária, que inclui pagamentos de juros e lucros ao exterior, também contribuiu para o saldo negativo, apresentando um déficit de US$ 5,6 bilhões no mês passado. Em comparação, o rombo foi menor que os US$ 6,7 bilhões registrados em janeiro de 2024.

Para 2025, o Banco Central projeta um déficit em conta corrente de US$ 58 bilhões, o que representa cerca de 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. A expectativa é que os investimentos diretos alcancem US$ 70 bilhões ao longo do ano.

O aumento do déficit nas contas externas é um indicativo de que o Brasil está enviando mais recursos para o exterior do que recebendo, o que pode ter implicações para a economia nacional e a estabilidade financeira do país.

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