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Brasil enfrenta déficit de US$ 8,7 bilhões nas contas externas em janeiro de 2025
O resultado negativo quase dobrou em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando o déficit foi de US$ 4,4 bilhões.
O Brasil registrou um déficit de US$ 8,7 bilhões em suas contas externas em janeiro de 2025, conforme dados divulgados pelo Banco Central (BC) nesta quinta-feira. Em comparação ao mesmo mês do ano anterior, quando o déficit foi de US$ 4,4 bilhões, o resultado negativo quase dobrou.
Esse déficit é resultado das transações correntes do país, que incluem a balança comercial, serviços e transferências unilaterais. No acumulado de doze meses encerrados em janeiro, o saldo negativo alcançou US$ 65,4 bilhões, equivalente a 3,02% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
Em 2024, o Brasil também enfrentou um rombo significativo, com um déficit anual de US$ 56 bilhões, o maior desde 2019. O BC prevê que o déficit em conta corrente para 2025 deve chegar a US$ 58 bilhões.
O superávit da balança comercial de bens em janeiro foi de US$ 1,2 bilhão, uma redução de 78,5% em relação ao mesmo mês de 2024, quando o superávit foi de US$ 5,6 bilhões. As exportações totalizaram US$ 25,4 bilhões, enquanto as importações somaram US$ 24,1 bilhões, representando uma queda de 5,9% nas exportações e um aumento de 12,8% nas importações em comparação ao ano anterior.
O déficit em serviços também contribuiu para o resultado negativo, alcançando US$ 4,6 bilhões em janeiro, um aumento de 28,9% em relação ao déficit de US$ 3,5 bilhões registrado no mesmo período do ano passado. As despesas líquidas em serviços de transporte, telecomunicações e propriedade intelectual foram os principais responsáveis por esse aumento.
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Além disso, a renda primária, que inclui remessas de lucros e dividendos para o exterior, registrou um déficit de US$ 5,6 bilhões, uma redução em relação ao saldo negativo de US$ 6,7 bilhões em janeiro de 2024.
O Investimento Direto no País (IDP) somou US$ 6,5 bilhões em janeiro de 2025, uma queda de 28,5% em relação aos US$ 9,1 bilhões do mesmo mês do ano anterior. No acumulado de doze meses, o IDP atingiu US$ 68,5 bilhões, representando 3,16% do PIB.
O fluxo de investimentos estrangeiros em carteira também apresentou uma saída líquida, com a retirada de US$ 4,8 bilhões em janeiro. O BC estima que, para 2025, o ingresso líquido de investimentos em carteira deve alcançar US$ 15 bilhões.
As novas emissões de dívida externa de médio e longo prazo, por parte de empresas privadas e estatais, corresponderam a 98% das amortizações vencidas em janeiro. A taxa de rolagem foi de 104% para empréstimos diretos, enquanto para emissões de títulos, a taxa foi de 64%.
Esses dados refletem um cenário desafiador para a economia brasileira, que enfrenta um aumento significativo no déficit das contas externas e uma diminuição no investimento estrangeiro direto.
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