Sancetur e Alfa RodoBus assumem operação de linhas da Transwolff e UpBus a partir de março; contratos foram rompidos
28 de Fevereiro de 2025 às 18h55

Prefeitura de São Paulo troca empresas de ônibus investigadas por ligação com o PCC

Sancetur e Alfa RodoBus assumem operação de linhas da Transwolff e UpBus a partir de março; contratos foram rompidos

São Paulo – A Prefeitura de São Paulo anunciou, nesta sexta-feira (28), a substituição das empresas de ônibus Transwolff e UpBus por Sancetur e Alfa RodoBus, respectivamente. A decisão foi tomada após investigações do Ministério Público de São Paulo (MPSP) que apontaram supostas ligações das concessionárias com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

A transição das operações terá início em 15 de março, e até essa data, a gestão municipal permanecerá responsável pela administração das linhas afetadas. A Sancetur, pertencente ao grupo SOU Transportes, assumirá 132 linhas que atualmente pertencem à Transwolff, enquanto a Alfa RodoBus, que já atua no transporte coletivo da capital há uma década, ficará responsável por 13 linhas que eram operadas pela UpBus.

“Os 590 mil passageiros que utilizam diariamente as linhas da Transwolff e os 70 mil da UpBus continuarão a ser atendidos sem prejuízos na prestação de serviços”, afirmou a prefeitura em nota.

Após as manifestações de interesse por parte das novas empresas, a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte (SMT) confirmou que ambas possuem capacidade técnica e econômico-financeira para assumir os contratos. “As duas empresas atendem a todas as exigências do edital da licitação realizada em 2019”, acrescentou a gestão municipal.

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A Sancetur, fundada em 1922, opera no setor de transportes desde 1952 e possui uma frota de 2.050 ônibus, empregando 4.200 funcionários em 21 cidades paulistas. A Alfa RodoBus, por sua vez, conta com 148 ônibus e atende cerca de 90,3 mil passageiros diariamente na região oeste da cidade.

Entenda o caso:

  • A Transwolff e a UpBus apresentaram suas defesas no processo de caducidade de contrato com a Prefeitura de São Paulo em janeiro.
  • As empresas estão sob intervenção da gestão municipal desde abril do ano passado, quando foram acusadas de vínculos com o PCC.
  • Luiz Carlos Efigênio Pacheco, conhecido como Pandora, dono da Transwolff, e Silvio Luís Ferreira, sócio da UpBus, tiveram mandados de prisão cumpridos durante a operação.
  • Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), a Transwolff recebeu R$ 54 milhões da facção criminosa, oriundos de tráfico de drogas e outros delitos, para participar da licitação do transporte público na capital.
  • As duas empresas operam, juntas, linhas de ônibus nas zonas sul e leste de São Paulo, transportando cerca de 700 mil passageiros diariamente.

O que dizem as empresas:

A Transwolff, em nota, alegou que o rompimento do contrato foi realizado “em total descompromisso com os princípios fundamentais do direito”. A empresa defende que não há comprovação de vínculos com organizações criminosas e que a decisão da prefeitura é injusta e ilegal.

A UpBus, até o momento, não se manifestou sobre a decisão. O espaço permanece aberto para comentários.

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