Ontário proíbe empresas americanas em contratos locais após tarifas de Trump
Doug Ford cancelou contrato com a Starlink e retirará produtos dos EUA de agências locais: 'Estamos prontos para vencer essa disputa'.
O primeiro-ministro de Ontário, Doug Ford, anunciou nesta segunda-feira, 3, que a província tomará medidas para proibir a participação de empresas americanas em contratos locais. A decisão ocorre em resposta às tarifas impostas pelos Estados Unidos, que foram anunciadas pelo ex-presidente Donald Trump e entrarão em vigor amanhã, 4. Ford declarou: “O Canadá não começou essa disputa com os EUA, mas pode ter certeza de que estamos prontos para vencê-la”.
Em uma publicação em sua conta no X, Ford afirmou que as empresas sediadas nos Estados Unidos “perderão dezenas de bilhões de dólares em novas receitas”. Ele explicou que o governo de Ontário destina anualmente cerca de US$ 30 bilhões (aproximadamente R$ 176 bilhões) a compras e investe cerca de US$ 200 bilhões (cerca de R$ 1,2 trilhão) em seu plano de construção. “Elas (as empresas) só têm o presidente Trump para culpar”, acrescentou.
Além da proibição, o premiê também anunciou o cancelamento do contrato da província com a Starlink, empresa de banda larga via satélite de Elon Musk. Ford enfatizou: “Ontário não fará negócios com pessoas determinadas a destruir nossa economia”.
No domingo, Ford já havia informado que a agência governamental responsável pela venda e distribuição de bebidas em Ontário, o Conselho de Controle de Bebidas Alcoólicas (LCBO), removerá produtos americanos de suas prateleiras. Essa medida visa garantir que outros restaurantes e varejistas da província não possam pedir ou repor produtos dos EUA.
“Como o único atacadista de álcool na província, a LCBO também removerá produtos americanos de seu catálogo”, disse Ford em sua publicação no X. A nova política entrará em vigor na mesma data em que o decreto assinado por Trump, que impõe tarifas de 25% sobre importações canadenses de produtos e de 10% sobre energia, começará a valer.
Ford destacou que a LCBO vende anualmente quase US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,89 bilhões) em vinho, cerveja, destilados e seltzers americanos, afirmando: “Não mais”.
Por fim, o primeiro-ministro fez um apelo aos cidadãos, afirmando: “Nunca houve um momento melhor para escolher um produto incrível feito em Ontário ou no Canadá. Como sempre, beba com moderação”.
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