Decisão da Justiça de São Paulo destaca descumprimento de obrigações financeiras pela editora.
04 de Fevereiro de 2025 às 00h42

Justiça declara falência da Editora Três, responsável pela IstoÉ e IstoÉ Dinheiro

Decisão da Justiça de São Paulo destaca descumprimento de obrigações financeiras pela editora.

A 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo decretou a falência da Editora Três, conhecida pela publicação das revistas IstoÉ e IstoÉ Dinheiro. A decisão, proferida pelo juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, foi publicada nesta segunda-feira, 3, e se baseou no não cumprimento das obrigações acordadas no plano de recuperação judicial da empresa.

A Editora Três enfrentava sua segunda recuperação judicial, concedida em 2021, mas não conseguiu regularizar os pagamentos devidos a credores, mesmo após várias intimações. A sentença ressalta que a administradora judicial apresentou evidências claras da falta de pagamentos, especialmente a credores trabalhistas, e a editora não conseguiu apresentar comprovantes que justificassem a situação.

O juiz Furtado, ao avaliar o pedido da editora para encerrar o processo de recuperação, decidiu pela falência, considerando que a empresa não cumpriu as obrigações estipuladas. Ele determinou que a administradora judicial apresente, em um prazo de 10 dias, uma lista detalhada de credores, descontando os valores que foram pagos durante a recuperação e incluindo os créditos que não estavam submetidos a esse processo.

Além disso, a decisão judicial suspendeu quaisquer ações e execuções contra a Editora Três, permitindo que a administração da falência prossiga sem interferências externas imediatas.

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Recentemente, a Editora Três havia anunciado o encerramento das versões impressas das revistas IstoÉ e IstoÉ Dinheiro, que já não circulavam desde janeiro. A mudança para o formato digital foi uma tentativa de adaptação ao novo cenário do mercado editorial, que vem enfrentando desafios significativos nos últimos anos.

O sindicato dos jornalistas do Estado de São Paulo informou que a Editora Três não pagava os salários de seus funcionários em dia há um longo período, o que resultou em uma greve que durou quase um mês. A situação financeira da editora vinha se deteriorando, refletindo as dificuldades enfrentadas por muitas publicações impressas no Brasil.

A IstoÉ, que circulava desde 1976, e a IstoÉ Dinheiro, desde 1997, foram importantes veículos de comunicação no país, abordando temas variados, desde política até economia. A falência da Editora Três marca um momento significativo no setor de mídia, evidenciando as transformações e os desafios que as publicações tradicionais enfrentam na era digital.

O futuro das marcas IstoÉ e IstoÉ Dinheiro agora está incerto, uma vez que a falência pode afetar a continuidade de suas operações, mesmo no meio digital. A expectativa é que a administradora judicial trabalhe para encontrar soluções que possam preservar o legado dessas publicações e atender às demandas dos credores.

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