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Dólar registra 11ª queda consecutiva e atinge maior sequência de desvalorização em 20 anos
O mercado financeiro reage positivamente após suspensão de tarifas por Donald Trump e Claudia Sheinbaum.
O dia 3 de abril foi marcado por um alívio no mercado financeiro brasileiro, com o dólar comercial encerrando a jornada em R$ 5,815, apresentando uma queda de R$ 0,022, ou 0,38%. Essa foi a 11ª queda consecutiva da moeda americana, resultando na maior sequência de desvalorização em duas décadas.
A desvalorização do dólar ocorreu após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a presidente do México, Claudia Sheinbaum, anunciarem negociações para adiar a imposição de tarifas comerciais que poderiam impactar a economia dos dois países. Inicialmente, o dólar chegou a ser cotado a R$ 5,90, mas a expectativa de um acordo fez a moeda inverter sua trajetória.
Desde o início de 2025, a divisa americana acumula uma queda de 5,88%. O último dia em que o dólar fechou em alta foi em 17 de janeiro, e a atual sequência de quedas é a mais longa desde o período entre 24 de março e 13 de abril de 2005, quando a moeda caiu por 14 sessões consecutivas.
O impacto das tarifas anunciadas por Trump, que incluíam uma elevação de 25% sobre produtos mexicanos e canadenses e 10% sobre produtos chineses, inicialmente gerou apreensão no mercado. No entanto, a suspensão temporária das tarifas trouxe um alívio significativo, refletindo-se na cotação do dólar e no desempenho das ações.
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O índice Ibovespa, por sua vez, não conseguiu escapar do vermelho e fechou com uma leve queda de 0,13%, aos 125.970 pontos. O dia foi marcado por oscilações, com o índice chegando a registrar uma alta de 0,25% antes de perder força e encerrar próximo à estabilidade.
O euro comercial também apresentou um desempenho positivo, fechando abaixo de R$ 6 pela primeira vez desde 4 de outubro do ano passado, cotado a R$ 5,981, com uma queda de R$ 0,047, ou 1,22%. Este é o menor valor da moeda europeia desde 16 de julho de 2022.
Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora, comentou sobre a volatilidade do mercado, afirmando: “Com o Trump é só emoção no mercado, tanto para cima quanto para baixo. E o dólar a R$ 6,00 ou próximo disso estava também muito inflado. Então é normal buscar uma taxa de equilíbrio.”
Profissionais do mercado têm apontado que a sequência de quedas do dólar é parte de um movimento de ajuste, considerando o que foi visto no final de 2025, quando as cotações estavam exageradas devido a incertezas relacionadas à política fiscal do governo Lula.
O cenário atual mostra que a expectativa em relação à política tarifária de Trump pode não ser tão agressiva quanto se imaginava durante a campanha, o que também contribui para a queda nas cotações do dólar, tanto no Brasil quanto no exterior.
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