Ministra do STF rejeita pedido de anulação do inquérito que apura irregularidades em certificados de vacinação do ex-presidente.
03 de Fevereiro de 2025 às 21h39

Cármen Lúcia mantém investigação contra Jair Bolsonaro sobre fraude em vacinação

Ministra do STF rejeita pedido de anulação do inquérito que apura irregularidades em certificados de vacinação do ex-presidente.

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter a investigação que apura possíveis fraudes em certificados de vacinação contra a covid-19 envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. A decisão foi proferida após a defesa de Bolsonaro solicitar a anulação do inquérito, alegando irregularidades no processo.

No pedido, a defesa do ex-presidente argumentou que o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, teria atuado de forma inadequada, acumulando as funções de relator e acusador. Além disso, os advogados sustentaram que o inquérito foi instaurado antes da manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR), o que, segundo eles, violaria procedimentos legais.

Após análise, Cármen Lúcia concluiu que a defesa não apresentou provas suficientes para comprovar as ilegalidades alegadas. Em sua decisão, a ministra afirmou: “Não há nos autos elementos que comprovem a omissão para a apreciação de recursos e pedidos formulados pelo impetrante, ausentes os requisitos legais autorizadores desta impetração, na esteira da consolidada jurisprudência deste Supremo Tribunal, indefiro o presente mandado de segurança”.

O inquérito em questão investiga a suposta inclusão de informações falsas no sistema do Ministério da Saúde, com o objetivo de facilitar a permanência de Bolsonaro nos Estados Unidos, país que impôs restrições a estrangeiros não vacinados contra a covid-19.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

Em dezembro de 2022, um dia antes do término de seu mandato, Bolsonaro viajou para os EUA. A viagem gerou questionamentos sobre suas intenções, especialmente considerando as restrições sanitárias em vigor na época.

Além de Bolsonaro, seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, e mais 15 pessoas foram indiciados pela Polícia Federal em relação a este caso. Após o indiciamento, o inquérito foi enviado à PGR, que deverá decidir se apresentará uma denúncia formal ao STF contra o ex-presidente e os demais investigados.

A investigação tem gerado repercussão e polarização no debate público, refletindo a divisão política que marca o cenário brasileiro atual. A manutenção do inquérito é vista como um passo importante para a apuração de possíveis irregularidades que envolvem figuras proeminentes da política nacional.

Com a decisão de Cármen Lúcia, a expectativa é que o caso avance e novas informações possam ser reveladas nos próximos meses, à medida que as investigações prosseguem.

Veja também:

Tópicos: