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Moraes autoriza transferência de tenente-coronel Hélio Ferreira para Manaus
O militar, conhecido como 'kid preto', é investigado por envolvimento em plano golpista contra Lula e Alckmin.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a transferência do tenente-coronel Hélio Ferreira Lima de um presídio em Brasília para uma unidade prisional em Manaus. O militar, conhecido pelo apelido de 'kid preto', é um dos investigados na Operação Contragolpe, da Polícia Federal, que apura um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio Moraes.
Atualmente, Hélio Ferreira encontra-se preso no Comando Militar do Planalto, mas agora será transferido para o 7º Batalhão de Polícia do Exército, situado em Manaus, no estado do Amazonas. A decisão de Moraes atende a um pedido da defesa do tenente-coronel, que argumentou a necessidade de estar mais próximo de sua família.
O tenente-coronel foi detido em 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro, durante a Operação Contragolpe. Inicialmente, ele foi encarcerado no Batalhão de Guardas do Exército, na capital fluminense, e em 4 de dezembro foi transferido para Brasília, onde permaneceu até a nova autorização para a mudança.
Ferreira Lima foi preso enquanto desembarcava de um avião no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Durante sua detenção, o militar solicitou à Polícia Federal que lhe fosse permitido vestir seu uniforme do Exército, mas o pedido foi negado. Em uma audiência de custódia, ele chegou a usar o uniforme, conforme relatado em reportagens.
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O tenente-coronel Hélio Ferreira, junto com outros três militares e um policial federal, foi detido no âmbito da mesma operação, que investiga uma série de ações golpistas ocorridas nos últimos dias do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2022. A Polícia Federal concluiu as investigações e indiciou 37 pessoas, incluindo o ex-presidente.
Além disso, mais três militares foram indiciados posteriormente, e o caso segue sob análise do Ministério Público Federal. A investigação revelou que o grupo conhecido como 'kids pretos', que pertence à unidade de operações especiais do Exército Brasileiro, utilizou conhecimentos técnicos para planejar e executar ações ilícitas durante os meses de novembro e dezembro de 2022.
Os 'kids pretos' participaram de reuniões que visavam traçar estratégias para a ofensiva golpista. Durante os ataques de 8 de janeiro de 2023, a presença de manifestantes com balaclavas e a atuação na linha de frente da invasão ao Congresso chamou a atenção dos investigadores. Um grupo organizou uma ofensiva para furar o bloqueio da Polícia Militar e orientou os manifestantes a entrar no Congresso pelo teto, utilizando gradis como escadas e acionando mangueiras para minimizar os efeitos das bombas de gás.
O termo 'kids pretos' é uma designação informal dada aos militares de operações especiais, que costumam usar gorros pretos. Na história militar, o nome se refere ao codinome do comandante que combateu guerrilheiros na Guerrilha do Araguaia.
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