O ministro do STF Alexandre de Moraes rejeitou pedido de liberdade do militar envolvido em trama golpista.
06 de Fevereiro de 2025 às 17h51

Moraes mantém prisão de tenente-coronel acusado de planejar assassinatos de Lula e Alckmin

O ministro do STF Alexandre de Moraes rejeitou pedido de liberdade do militar envolvido em trama golpista.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decidiu manter a prisão preventiva do tenente-coronel do Exército, Rafael Martins de Oliveira, um dos chamados “kids pretos”, em meio a um inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. O militar é acusado de participar de um plano que visava assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu vice, Geraldo Alckmin, e o próprio Moraes.

A decisão foi tomada na terça-feira, 4, após a defesa de Oliveira solicitar a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares, argumentando que não havia evidências suficientes para justificar a detenção. No entanto, Moraes discordou, afirmando que a manutenção da prisão é necessária para garantir a ordem pública e a integridade das investigações.

Rafael Martins de Oliveira foi preso em 19 de novembro de 2024, durante a Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal. As investigações revelaram que ele e outros militares teriam elaborado um plano detalhado para eliminar as autoridades, como parte de uma estratégia para manter Jair Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições de 2022.

De acordo com os autos do processo, o plano, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, previa ações coordenadas para a execução dos assassinatos. A Polícia Federal encontrou evidências que indicam que Oliveira teria atuado na viabilização de uma linha telefônica para facilitar a comunicação entre os conspiradores, além de fornecer consultoria sobre como executar o plano.

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Os “kids pretos” são militares de elite do Exército Brasileiro, especializados em operações de alto risco e contraterrorismo. A prisão de Oliveira e de outros membros desse grupo gerou grande repercussão e levantou preocupações sobre a possibilidade de uma trama golpista organizada por integrantes das Forças Armadas.

Além de Rafael Martins, outros militares também foram indiciados no caso, incluindo Hélio Ferreira Lima, que teve sua prisão mantida por Moraes e foi transferido para uma unidade militar em Manaus. As investigações apontam que a organização criminosa utilizou um elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar suas ações.

O inquérito da Polícia Federal ainda está em andamento, e novas informações podem surgir à medida que as investigações avançam. A situação continua a ser monitorada de perto pelas autoridades, que buscam garantir a segurança e a estabilidade do país diante das ameaças identificadas.

O ministro Moraes, ao decidir manter a prisão, destacou que a defesa de Oliveira não apresentou novos argumentos que justificassem a liberação do militar. A decisão reflete a seriedade das acusações e a necessidade de proteger a ordem pública em um momento de tensões políticas no Brasil.

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