Mudança de rota, solicitada por Lula, visa evitar algemas em território brasileiro e agilizar acolhimento.
05 de Fevereiro de 2025 às 08h37

Novo voo de deportados dos EUA deve chegar a Fortaleza nesta sexta-feira

Mudança de rota, solicitada por Lula, visa evitar algemas em território brasileiro e agilizar acolhimento.

Um novo voo trazendo brasileiros deportados dos Estados Unidos está programado para pousar em Fortaleza, no Ceará, nesta sexta-feira, dia 7. Essa será a segunda remessa de deportados desde o início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A alteração no destino final, que anteriormente era o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, foi confirmada pelo Palácio do Itamaraty e visa evitar o uso de algemas em território brasileiro.

A mudança foi solicitada por Lula após uma reunião com representantes do Itamaraty, em resposta às denúncias de maus-tratos ocorridas no primeiro voo, que transportou 158 pessoas, sendo 88 brasileiras. Este primeiro voo enfrentou problemas técnicos em Manaus, o que resultou em situações de desrespeito aos direitos dos deportados, que chegaram a ser vistos algemados e acorrentados.

O governo brasileiro, ciente das críticas e da repercussão negativa, interveio rapidamente, exigindo esclarecimentos das autoridades americanas sobre o tratamento dispensado aos deportados. O Ministério dos Direitos Humanos recebeu os deportados em Belo Horizonte e anunciou mudanças na estratégia de acolhimento, buscando garantir um tratamento mais digno e humano.

Uma nova reunião entre o Itamaraty, o Palácio do Planalto e representantes do governo do Ceará está prevista para ocorrer entre hoje e amanhã, com o objetivo de discutir a logística de recepção dos deportados. Embora ainda não haja confirmação sobre o número exato de pessoas a bordo do próximo voo, o governo brasileiro está tomando medidas para assegurar a segurança e o bem-estar dos deportados.

O Palácio do Planalto, o Ministério da Justiça, o Itamaraty e o Ministério dos Direitos Humanos estão colaborando para garantir que todos os procedimentos sejam realizados de forma digna e segura. A possibilidade de Fortaleza se tornar o ponto de chegada de futuros voos está sendo discutida, refletindo a busca por uma solução mais humanitária e eficiente para a questão dos deportados.

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Além disso, a mudança de rota representa uma redução significativa no tempo de voo, com uma diferença de cinco horas em comparação ao trajeto anterior até Confins. Essa medida é vista como uma forma de minimizar o sofrimento dos deportados, que enfrentam condições adversas durante o transporte.

O posto Avançado de Atendimento Humanizado ao Migrante (PAAHM) já está em funcionamento no aeroporto de Fortaleza, preparado para oferecer apoio multidisciplinar aos deportados. Contudo, ainda não foi divulgado quantos deportados chegarão nesta nova remessa.

O governo brasileiro, desde 2018, aceita receber voos de remoção operados por aviões comerciais fretados e tripulados pela imigração dos EUA. A intenção é reduzir o tempo que os brasileiros sem direito a recurso permanecem em centros de detenção, buscando garantir um tratamento mais digno durante o processo de deportação.

Apesar das tentativas do governo brasileiro de negociar melhores condições para os deportados, as autoridades americanas ainda mantêm a prática de uso de algemas e correntes durante o transporte. O Brasil continua a pressionar para que essas medidas sejam aplicadas de forma excepcional, e não indiscriminada, e que os equipamentos sejam retirados assim que os deportados pisarem em solo brasileiro.

Com a chegada do novo voo, o governo brasileiro espera que a situação dos deportados seja tratada com mais respeito e dignidade, refletindo um compromisso com os direitos humanos e a proteção dos cidadãos brasileiros.

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