Segundo voo de brasileiros deportados dos EUA chega a Fortaleza sem algemas
O segundo voo de brasileiros deportados dos Estados Unidos chegou a Fortaleza, com 111 imigrantes, após mudanças na rota para evitar algemas.
Na tarde desta sexta-feira (7), o segundo voo com brasileiros deportados dos Estados Unidos sob a administração de Donald Trump pousou no Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza, Ceará. A aeronave trouxe 111 imigrantes, a maioria originária de Minas Gerais, que seguirão viagem para Belo Horizonte em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB).
A decisão de alterar a rota do voo, que inicialmente previa o desembarque em Belo Horizonte, foi motivada por preocupações do governo brasileiro em evitar que os deportados fossem transportados algemados sobre o território nacional, prática que gerou críticas e levantou questões de direitos humanos.
O governo do Ceará, em parceria com o Ministério dos Direitos Humanos, preparou uma recepção humanizada para os deportados, oferecendo alimentos e assistência psicológica logo após o desembarque. Essa abordagem visa garantir que os repatriados sejam acolhidos de forma digna e respeitosa.
O primeiro voo de deportados, que chegou ao Brasil em 25 de janeiro, foi marcado por incidentes de maus-tratos, onde 88 brasileiros desembarcaram em Manaus algemados e relataram agressões por parte de agentes de imigração. O episódio gerou uma crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos, levando o governo brasileiro a exigir mudanças nas condições de repatriação.
Após reuniões entre autoridades brasileiras e diplomatas americanos, foi decidido que os próximos voos de deportados chegariam a Fortaleza, evitando o uso de algemas. Um diplomata brasileiro foi designado para acompanhar o embarque dos deportados, reforçando a supervisão sobre o processo.
Os deportados que chegaram hoje foram inicialmente detidos em Alexandria, Louisiana, e fizeram uma parada técnica em Porto Rico antes de seguir para Fortaleza. A expectativa é que, após o desembarque, eles sejam transportados com segurança até Belo Horizonte, onde muitos têm familiares e a intenção de recomeçar suas vidas.
O governo brasileiro tem buscado garantir que os deportados sejam tratados de forma digna e que as repatriações ocorram de maneira mais humanizada. A estimativa é de que cerca de 30 mil brasileiros estejam aguardando deportação nos Estados Unidos, e o Brasil continua a trabalhar para acelerar esses processos.
A operação de repatriação foi estruturada após a criação de um grupo de trabalho envolvendo diversos ministérios, incluindo Relações Exteriores, Justiça e Direitos Humanos, com o objetivo de garantir a segurança e o bem-estar dos brasileiros que retornam ao país.
O uso de algemas em deportações é um tema sensível e controverso, e o governo brasileiro tem se posicionado contra essa prática, buscando assegurar que os direitos dos cidadãos sejam respeitados durante todo o processo de repatriação.
Com a chegada do segundo voo, as autoridades brasileiras reafirmam seu compromisso em tratar os deportados com dignidade e respeito, evitando que episódios de maus-tratos se repitam no futuro.
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