O chanceler israelense critica o órgão da ONU por discriminação e antissemitismo em relação a Israel.
05 de Fevereiro de 2025 às 21h20

Israel anuncia saída do Conselho de Direitos Humanos da ONU após EUA

O chanceler israelense critica o órgão da ONU por discriminação e antissemitismo em relação a Israel.

Na quarta-feira (5), o governo de Israel decidiu deixar o Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), seguindo a decisão dos Estados Unidos, que anunciou sua saída do órgão um dia antes. O chanceler israelense, Gideon Sa’ar, foi quem divulgou a informação.

Sa’ar afirmou que a decisão foi motivada pela “discriminação” que Israel enfrenta dentro do conselho. Em uma publicação nas redes sociais, o ministro das Relações Exteriores de Israel declarou: “O Conselho tradicionalmente protege os violadores dos direitos humanos, permitindo que eles se escondam, e em vez disso, obsessivamente demoniza a única democracia no Oriente Médio: Israel”.

O chanceler também acusou o órgão de se concentrar em atacar Israel, em vez de promover os direitos humanos. Ele destacou que o conselho tem se mostrado um espaço onde o antissemitismo é propagado, em detrimento da proteção dos direitos humanos.

“Este órgão se concentrou em atacar um país democrático e propagar o antissemitismo em vez de promover os direitos humanos”, afirmou Sa’ar. A crítica ao conselho não é nova; Israel já havia manifestado sua insatisfação em diversas ocasiões, especialmente em relação às resoluções que considera injustas.

Desde o início do conflito na Faixa de Gaza, o Conselho de Direitos Humanos da ONU tem emitido alertas sobre as ações de Israel em relação aos civis palestinos. A decisão de Israel de se retirar do conselho ocorre em um contexto de crescente tensão entre o país e a ONU, que frequentemente critica suas políticas.

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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também se manifestou sobre a decisão, reiterando que o conselho “tradicionalmente protege os violadores dos direitos humanos”. Ele enfatizou que Israel não aceitará mais a discriminação que, segundo ele, é evidente nas ações do órgão.

A saída dos Estados Unidos do conselho, anunciada pelo presidente Donald Trump, foi um marco que influenciou a decisão de Israel. Trump, em várias ocasiões, acusou o órgão de ser anti-Israel e de estar envolvido com atividades que, segundo ele, não promovem os direitos humanos.

Além disso, a retirada dos EUA do conselho implica na suspensão do financiamento à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), que é a principal fornecedora de ajuda humanitária para a população da Faixa de Gaza. Essa decisão pode ter consequências significativas para a região, já que a UNRWA desempenha um papel crucial na assistência aos refugiados palestinos.

O chanceler israelense também mencionou que Israel foi alvo de mais de 100 resoluções condenatórias no conselho, representando mais de 20% de todas as resoluções adotadas, um número que ele considera desproporcional em relação a outros países, como Irã, Cuba, Coreia do Norte e Venezuela.

O porta-voz do Conselho de Direitos Humanos, Pascal Sim, ressaltou que Israel possui o status de observador e não faz parte dos 47 Estados-membros do órgão, o que significa que não pode “se retirar” do conselho, uma vez que não é um membro formal.

Com a decisão de Israel, as tensões entre o país e o Conselho de Direitos Humanos da ONU devem continuar a se intensificar, refletindo a complexidade das relações internacionais e as dificuldades em se alcançar um consenso sobre os direitos humanos na região.

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