Acordo com a Flexjet, avaliado em US$ 7 bilhões, marca um novo patamar para a fabricante brasileira.
06 de Fevereiro de 2025 às 08h20

Embraer registra alta de 15% após receber encomenda histórica de jatos executivos

Acordo com a Flexjet, avaliado em US$ 7 bilhões, marca um novo patamar para a fabricante brasileira.

As ações da Embraer, uma das principais fabricantes de aeronaves do Brasil, apresentaram uma valorização expressiva de 15,51% nesta quarta-feira (5), alcançando R$ 66,37. O movimento ocorre após a empresa anunciar um significativo pedido da Flexjet, uma das líderes no setor de propriedade compartilhada de jatos executivos, que totaliza cerca de US$ 7 bilhões (aproximadamente R$ 40,4 bilhões) e envolve a entrega de 182 aeronaves.

Este pedido é considerado o maior já recebido pela Embraer, e inclui modelos renomados como o Praetor 600, Praetor 500 e Phenom 300E. Além disso, a Flexjet tem a opção de adquirir mais 30 unidades, o que reforça ainda mais a parceria de longa data entre as duas empresas, que começou em 2003.

Analistas da XP Investimentos destacam que o acordo não apenas solidifica o momento positivo da aviação executiva, mas também aumenta a visibilidade das receitas da Embraer para os próximos anos. “Vemos com bons olhos o anúncio, que reduz os riscos de execução e reforça as perspectivas de crescimento”, afirmam os especialistas.

O Itaú BBA também elogiou a notícia, considerando-a uma validação da tese de crescimento da Embraer. O banco acredita que o aumento do backlog, que praticamente dobrou após o acordo, sustentará um crescimento do EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de pelo menos 10% ao ano até 2028, resultando em uma taxa interna de retorno (TIR) de 15%.

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O Bradesco BBI vê a transação como um sinal positivo, já que a nova encomenda pode elevar a carteira de pedidos da Embraer em até 31% no terceiro trimestre de 2024. Segundo estimativas, as entregas dos novos jatos devem ocorrer entre 2026 e 2030, gerando um valor presente líquido (VPL) de US$ 383 milhões, ou US$ 2,10 por ADR (recibo de ações negociado nos EUA) da empresa.

O JPMorgan também se mostrou otimista em relação ao anúncio, prevendo que as ações da Embraer superem o desempenho do Ibovespa, impulsionadas pelo crescimento do backlog e pela contribuição da aviação executiva para os resultados financeiros da companhia.

Com a nova encomenda, a carteira total de pedidos da Embraer deve aumentar em aproximadamente 26%, totalizando cerca de US$ 28,7 bilhões. O backlog de jatos executivos, por sua vez, crescerá 2,4 vezes, atingindo US$ 10,4 bilhões, o que representa uma duração estimada de seis anos de produção.

Os analistas também apontam que, com a manutenção do múltiplo EV/backlog em torno de 0,3 vez, o pedido representa um potencial de valorização de quase 30% em relação aos níveis atuais. Com uma margem EBIT de 10 a 12% sobre o pedido firme, a Embraer pode adicionar entre US$ 600 a 720 milhões ao EBIT nos próximos cinco anos.

Atualmente, as ações da Embraer (ERJ) são negociadas a 8,3 vezes o valor da firma (EV)/EBITDA para 2025, em comparação com a Boeing a 38,2 vezes e Airbus a 12,4 vezes. O JPMorgan reiterou sua recomendação de compra e estabeleceu um preço-alvo de R$ 78 para as ações da empresa.

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