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Lewandowski alerta sobre controle do crime organizado em postos de combustíveis
Ministro da Justiça pede abertura de inquérito para investigar mais de mil postos suspeitos
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, revelou nesta quarta-feira (5) que o crime organizado pode estar controlando mais de mil postos de combustíveis em todo o Brasil. Durante a primeira reunião do Núcleo Estratégico de Combate ao Crime Organizado, Lewandowski solicitou à Polícia Federal a abertura de um inquérito para investigar a infiltração de grupos criminosos no setor.
O alerta do ministro foi feito em um contexto de crescente preocupação das autoridades com a atuação do crime organizado na distribuição de combustíveis. “Um setor que tem preocupado muito as autoridades, tanto federais quanto estaduais, é exatamente o da distribuição de combustíveis. Temos alguns dados e vamos agora nos certificar se isso é uma realidade: que o crime organizado estaria controlando mais de mil postos de combustíveis”, afirmou Lewandowski.
O encontro contou com a presença de representantes do Ministério de Minas e Energia, da Receita Federal, do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). O objetivo principal é coordenar ações e desenvolver estratégias integradas para enfrentar a infiltração de organizações criminosas no setor.
Lewandowski destacou que a investigação não se limita apenas à distribuição de combustíveis, mas também abrange a atuação de cartéis e a lavagem de dinheiro. “O crime organizado tem utilizado postos de combustíveis como fachada para lavagem de dinheiro e outras práticas ilícitas”, declarou o ministro.
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Além disso, o ministro enfatizou a importância de um trabalho conjunto entre os órgãos envolvidos para fortalecer a fiscalização e garantir que o mercado de combustíveis opere de maneira justa e transparente. “Estima-se que mais de mil postos já estejam sob controle dessas organizações, o que afeta diretamente a concorrência, distorce os preços e compromete a segurança econômica do setor”, completou.
O Núcleo Estratégico de Combate ao Crime Organizado foi criado em janeiro de 2025 e terá encontros mensais para monitorar as áreas de atuação do crime organizado. A criação de um subgrupo permanente também foi anunciada, com a finalidade de subsidiar as autoridades com informações estratégicas.
O foco da investigação será a identificação de grupos criminosos e suas atividades, além da promoção da integração e desburocratização dos processos para a apreensão de bens ilícitos. O ministro ressaltou que a união de esforços entre os órgãos públicos e o setor privado é essencial para um enfrentamento mais efetivo da situação.
Lewandowski concluiu que a participação do Cade na reunião foi fundamental para abordar o problema de forma integrada e que a colaboração entre as diversas agências é crucial para o sucesso das investigações. “O crime organizado infiltrado no setor de combustíveis tem gerado grandes prejuízos à economia nacional, não só pela sonegação de bilhões em impostos, mas também pela prática de lavagem de dinheiro e adulteração de produtos”, afirmou.
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