Um juiz federal adiou o prazo para que 2 milhões de funcionários decidam sobre demissão com pagamento.
06 de Fevereiro de 2025 às 20h01

Juiz suspende plano de demissão voluntária de funcionários federais de Trump

Um juiz federal adiou o prazo para que 2 milhões de funcionários decidam sobre demissão com pagamento.

Um juiz federal dos Estados Unidos suspendeu nesta quinta-feira, 6, o plano do presidente Donald Trump que oferecia a mais de 2 milhões de funcionários da administração federal a opção de demissão voluntária com pagamento de até oito meses de salário. A decisão foi tomada horas antes do prazo final estabelecido pelo governo para que os trabalhadores se manifestassem sobre a adesão ao programa.

O juiz George A. O’Toole Jr., da Massachusetts, determinou que o Escritório de Gestão de Pessoal não poderia prosseguir com as ofertas de demissão, que foram enviadas por e-mail aos funcionários. Com a decisão, o prazo foi estendido até a próxima segunda-feira, quando uma audiência sobre o plano está marcada para ocorrer às 14h (horário local).

Na audiência, o juiz não expressou opinião sobre a legalidade do programa, mas indicou que a extensão do prazo permitiria que mais funcionários considerassem a proposta. A medida foi vista como uma das mais drásticas do governo republicano até o momento, visando a redução de gastos com pessoal.

O plano de demissão voluntária foi criado com a colaboração de Elon Musk, bilionário e conselheiro próximo de Trump, que está à frente de um novo Departamento de Eficiência Governamental. Musk tem sido um defensor da reestruturação do governo federal, que seus aliados frequentemente chamam de combate ao “deep state” ou “estado profundo”, uma referência a uma suposta rede de funcionários que, segundo eles, minaria a administração do presidente.

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De acordo com a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, cerca de 40 mil funcionários já haviam concordado em se demitir em troca de pagamentos até 30 de setembro. “Esperamos que esse número cresça”, afirmou Leavitt, destacando a generosidade da oferta. Ela ainda fez um apelo a funcionários que não desejam comparecer ao trabalho, sugerindo que aceitassem a proposta.

A proposta de demissão voluntária gerou controvérsia e levou a várias ações judiciais por parte de sindicatos que representam os trabalhadores federais. As críticas se concentram na forma como o governo está conduzindo o processo, que muitos consideram coercitivo.

O juiz O’Toole, ao adiar o prazo, também deixou claro que a audiência de segunda-feira será crucial para discutir os próximos passos do programa. Enquanto isso, a administração Trump se prepara para responder a questionamentos sobre a eficácia e a ética do plano.

O número de funcionários que aceitaram a proposta de demissão voluntária aumentou significativamente nas últimas horas, com relatos indicando um salto de quase 20 mil adesões em um único dia. A administração continua a incentivar a adesão ao programa, que é visto como uma solução para a redução de custos operacionais.

Com a decisão do juiz, a expectativa é que mais detalhes sobre o futuro do plano de demissão voluntária sejam revelados na audiência programada. O governo Trump enfrenta um crescente escrutínio sobre suas políticas de pessoal e a forma como está lidando com a força de trabalho federal.

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