Cerca de 10 mil funcionários da USAID, incluindo os que atuam no exterior, serão colocados em licença administrativa.
05 de Fevereiro de 2025 às 07h57

Trump determina licença para quase todos os funcionários da USAID nos EUA

Cerca de 10 mil funcionários da USAID, incluindo os que atuam no exterior, serão colocados em licença administrativa.

O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que quase todos os funcionários da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) serão colocados em licença administrativa a partir de sexta-feira, 7 de fevereiro. A medida, que afeta diretamente cerca de 10 mil trabalhadores, ocorre em meio a uma reavaliação das operações da agência, considerada essencial para a política externa americana.

De acordo com o comunicado oficial da USAID, a licença abrangerá todos os funcionários contratados diretamente, exceto aqueles designados para funções críticas e liderança essencial. A decisão foi tomada após uma série de críticas à agência, que é responsável por administrar bilhões de dólares em ajuda humanitária e programas de desenvolvimento ao redor do mundo.

O anúncio foi feito em um momento em que a administração Trump, sob a supervisão do secretário de Estado Marco Rubio, está considerando desmantelar a USAID e integrar suas funções ao Departamento de Estado. Rubio, que assumiu o papel de administrador interino da agência, afirmou que a revisão das operações da USAID é necessária para alinhar suas atividades com os interesses nacionais dos EUA.

Funcionários da USAID que estão no exterior foram informados de que devem retornar aos Estados Unidos dentro de 30 dias, com a agência se comprometendo a organizar e financiar as viagens de volta. No entanto, a agência também indicou que considerará pedidos de prorrogação de retorno em casos de dificuldades pessoais ou preocupações de segurança.

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A USAID, que foi criada em 1961 pelo então presidente John F. Kennedy, é vista como um pilar da política externa americana, promovendo a influência dos EUA em mais de 100 países. A suspensão das operações e a colocação de funcionários em licença geraram preocupações entre legisladores e defensores da ajuda humanitária, que alertam sobre as consequências de um possível desmantelamento da agência.

Elon Musk, bilionário e líder do recém-criado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), tem sido uma figura central nas críticas à USAID, chamando-a de “organização criminosa” e defendendo a necessidade de cortes drásticos. Sua influência na administração Trump tem gerado controvérsias, especialmente entre os democratas, que argumentam que a USAID foi estabelecida por uma lei do Congresso e não pode ser simplesmente eliminada por ordem executiva.

A medida de colocar os funcionários da USAID em licença administrativa foi recebida com indignação por muitos, que veem isso como um ataque direto à ajuda humanitária global. A agência é responsável por cerca de 40% da assistência humanitária mundial e desempenha um papel crucial em situações de crise em diversos países.

Os impactos dessa decisão ainda estão sendo avaliados, mas especialistas alertam que a redução das operações da USAID pode abrir espaço para que outras potências, como China e Rússia, aumentem sua influência em regiões onde os EUA tradicionalmente atuam.

Com a implementação dessa política, o futuro da USAID e sua capacidade de operar efetivamente no cenário internacional estão em xeque, levantando preocupações sobre a continuidade da assistência a milhões de pessoas que dependem da ajuda americana.

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