Ministério Público busca apurar causas e impactos ambientais do incêndio em fábrica de lubrificantes na Ilha do Governador.
09 de Fevereiro de 2025 às 18h38

Investigação sobre incêndio em fábrica de óleo na Ilha do Governador é iniciada pelo MPRJ

Ministério Público busca apurar causas e impactos ambientais do incêndio em fábrica de lubrificantes na Ilha do Governador.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) anunciou que irá investigar as causas e consequências do incêndio que atingiu uma fábrica de lubrificantes na Ilha do Governador, ocorrido no último sábado (8). O incidente, que resultou em um vazamento de óleo na Baía de Guanabara, chamou a atenção das autoridades e da população local.

Equipes do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) estão atuando na contenção e recolhimento dos resíduos oleosos que vazaram para as águas da baía. A situação foi identificada pelo setor de emergências do Inea, que se mobilizou rapidamente para evitar maiores danos ambientais.

O incêndio começou por volta do meio-dia e se espalhou por uma área de aproximadamente 1.200 metros quadrados. Para o combate às chamas, foram mobilizados 116 agentes de pelo menos 20 unidades do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil Estadual, que trabalharam por quase 18 horas para controlar o fogo.

Os bombeiros continuam no local realizando o trabalho de rescaldo, com o objetivo de garantir o resfriamento da área e evitar o surgimento de novos focos de incêndio. O major Fábio Contreiras, porta-voz do Corpo de Bombeiros, informou que a origem e a causa do incêndio só serão esclarecidas após a realização de perícia.

A Defesa Civil Municipal também está avaliando os possíveis danos aos imóveis da região, embora não tenha havido feridos. Moradores próximos foram evacuados como medida de precaução, e eventos como um bloco de Carnaval e uma feira gastronômica foram cancelados devido ao incidente.

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Uma coluna de fumaça preta foi visível de vários pontos da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, gerando preocupação entre os habitantes locais. O Corpo de Bombeiros afirmou que a fábrica estava em situação regular e que o sistema de combate a incêndios não apresentou falhas durante o incidente.

A empresa Moove, responsável pela fábrica, emitiu uma nota destacando que todos os protocolos de segurança estavam sendo seguidos e que as chamas permaneceram restritas à área da fábrica, que não estava em funcionamento no momento do incêndio.

O MPRJ, por sua vez, já havia atuado em questões relacionadas à fábrica anteriormente, tendo ajuizado uma Ação Civil Pública em 2013 contra a ExxonMobil Química Ltda., então proprietária do local, devido a contaminações ambientais. Com a venda da fábrica, a Cosan Lubrificantes e Especialidades S.A. assumiu as obrigações judiciais do processo.

O Movimento Baía Viva, uma organização socioambiental, também se manifestou, solicitando a reabertura de investigações sobre os riscos ambientais e industriais da fábrica. O grupo argumenta que a operação da Cosan em uma área residencial representa riscos significativos para a comunidade e o ecossistema local.

O ecologista Sérgio Ricardo Potiguara, diretor do Baía Viva, alertou sobre os perigos associados ao transporte de produtos inflamáveis na região, destacando que a Estrada do Galeão, principal via de acesso, é frequentemente congestionada.

As investigações do MPRJ visam não apenas apurar as causas do incêndio, mas também garantir a reparação dos danos ambientais causados pelo incidente.

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