
Investigação sobre incêndio em fábrica de óleo na Ilha do Governador é iniciada pelo MPRJ
Ministério Público busca apurar causas e impactos ambientais do incêndio em fábrica de lubrificantes na Ilha do Governador.
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) anunciou que irá investigar as causas e consequências do incêndio que atingiu uma fábrica de lubrificantes na Ilha do Governador, ocorrido no último sábado (8). O incidente, que resultou em um vazamento de óleo na Baía de Guanabara, chamou a atenção das autoridades e da população local.
Equipes do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) estão atuando na contenção e recolhimento dos resíduos oleosos que vazaram para as águas da baía. A situação foi identificada pelo setor de emergências do Inea, que se mobilizou rapidamente para evitar maiores danos ambientais.
O incêndio começou por volta do meio-dia e se espalhou por uma área de aproximadamente 1.200 metros quadrados. Para o combate às chamas, foram mobilizados 116 agentes de pelo menos 20 unidades do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil Estadual, que trabalharam por quase 18 horas para controlar o fogo.
Os bombeiros continuam no local realizando o trabalho de rescaldo, com o objetivo de garantir o resfriamento da área e evitar o surgimento de novos focos de incêndio. O major Fábio Contreiras, porta-voz do Corpo de Bombeiros, informou que a origem e a causa do incêndio só serão esclarecidas após a realização de perícia.
A Defesa Civil Municipal também está avaliando os possíveis danos aos imóveis da região, embora não tenha havido feridos. Moradores próximos foram evacuados como medida de precaução, e eventos como um bloco de Carnaval e uma feira gastronômica foram cancelados devido ao incidente.


Uma coluna de fumaça preta foi visível de vários pontos da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, gerando preocupação entre os habitantes locais. O Corpo de Bombeiros afirmou que a fábrica estava em situação regular e que o sistema de combate a incêndios não apresentou falhas durante o incidente.
A empresa Moove, responsável pela fábrica, emitiu uma nota destacando que todos os protocolos de segurança estavam sendo seguidos e que as chamas permaneceram restritas à área da fábrica, que não estava em funcionamento no momento do incêndio.
O MPRJ, por sua vez, já havia atuado em questões relacionadas à fábrica anteriormente, tendo ajuizado uma Ação Civil Pública em 2013 contra a ExxonMobil Química Ltda., então proprietária do local, devido a contaminações ambientais. Com a venda da fábrica, a Cosan Lubrificantes e Especialidades S.A. assumiu as obrigações judiciais do processo.
O Movimento Baía Viva, uma organização socioambiental, também se manifestou, solicitando a reabertura de investigações sobre os riscos ambientais e industriais da fábrica. O grupo argumenta que a operação da Cosan em uma área residencial representa riscos significativos para a comunidade e o ecossistema local.
O ecologista Sérgio Ricardo Potiguara, diretor do Baía Viva, alertou sobre os perigos associados ao transporte de produtos inflamáveis na região, destacando que a Estrada do Galeão, principal via de acesso, é frequentemente congestionada.
As investigações do MPRJ visam não apenas apurar as causas do incêndio, mas também garantir a reparação dos danos ambientais causados pelo incidente.
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