Após o incêndio na fábrica da Moove, Inea inicia ações para contenção de resíduo oleoso na área ecologicamente sensível.
11 de Fevereiro de 2025 às 10h04

Incêndio em fábrica na Ilha do Governador provoca vazamento de óleo na Baía de Guanabara

Após o incêndio na fábrica da Moove, Inea inicia ações para contenção de resíduo oleoso na área ecologicamente sensível.

Um incêndio de grandes proporções na fábrica de óleo lubrificantes da Moove, localizada na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, resultou na identificação de resíduos oleosos na Baía de Guanabara. O incidente ocorreu no sábado, dia 8 de fevereiro de 2025, e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) foi acionado para monitorar e mitigar os danos ambientais.

O Inea relatou que, após o incêndio, equipes foram mobilizadas para atuar na contenção e recolhimento do óleo derramado, utilizando barreiras para impedir a dispersão do poluente nas águas da baía. O secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi, destacou a importância de uma resposta rápida para evitar que as manchas de óleo se espalhassem por uma área maior da Baía de Guanabara, que é ecologicamente sensível.

Em nota, a Moove negou a responsabilidade pelo vazamento, afirmando que o único resíduo oleoso encontrado na baía foi resultado do escoamento da água utilizada no combate ao incêndio. A empresa informou que barreiras de contenção já estavam instaladas desde o início das operações de emergência.

As equipes do Inea monitoram o espelho d’água ao redor da fábrica e realizam ações de contenção e recolhimento do resíduo. O órgão também está avaliando a qualidade do ar na região, utilizando uma estação automática instalada na Ilha do Governador, e se prepara para aplicar sanções cabíveis, caso sejam identificadas irregularidades.

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O incêndio na fábrica foi controlado pelo Corpo de Bombeiros após 18 horas de combate. A fase de rescaldo foi iniciada na manhã do dia 9, com o objetivo de evitar a reignição de novos focos. O combate às chamas contou com o uso de viaturas aéreas, escadas, plataformas mecânicas e produtos químicos, focando em 12 tanques que continham 30 mil litros de óleo cada.

A Polícia Civil também está investigando o caso, com a 37ª DP (Ilha do Governador) realizando uma perícia no local para apurar as causas do incêndio. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) anunciou a abertura de uma investigação para avaliar as circunstâncias do incidente e seus impactos ambientais.

Especialistas em meio ambiente alertam sobre os riscos do vazamento de óleo na Baía de Guanabara, que já enfrenta problemas de poluição. A contaminação pode afetar a fauna e flora locais, além de comprometer a qualidade do ar na região. O professor de oceanografia David Zee e o geógrafo marinho Eduardo Bulhões destacaram a gravidade da situação, enfatizando a necessidade de ações efetivas para minimizar os danos.

Até o momento, cerca de 280 mil litros de resíduos oleosos foram retirados das águas da baía. O Inea, em conjunto com a Defesa Civil do Rio de Janeiro, continua a monitorar a situação e a realizar ações de contenção para evitar novos danos ao ecossistema local.

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