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Presidente iraniano acusa Trump de tentar colocar o Irã 'de joelhos'
Em discurso durante o 46º aniversário da Revolução Islâmica, Masoud Pezeshkian critica sanções dos EUA e reafirma paz.
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, fez duras críticas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante um discurso realizado nesta segunda-feira (10), em comemoração ao 46º aniversário da Revolução Islâmica, que derrubou a monarquia Pahlavi em 1979. Pezeshkian acusou Trump de tentar "colocar o país de joelhos" por meio de sanções e pressões políticas.
“Trump diz que quer conversar com o Irã, mas, ao mesmo tempo, assina documentos que contêm todas as conspirações para enfraquecer nossa Revolução”, afirmou o presidente iraniano, referindo-se a um memorando assinado por Trump que prevê novas sanções contra o Irã, especialmente em relação ao setor de petróleo. Pezeshkian enfatizou que “não buscamos a guerra”, mas também deixou claro que o Irã “jamais se ajoelhará” diante de pressões externas.
A celebração do aniversário da Revolução Islâmica foi marcada por grandes manifestações nas ruas de Teerã e em outras cidades do país, onde os iranianos se reuniram em família, portando bandeiras nacionais e retratos do líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei. Durante os atos, foram entoados gritos de protesto contra os Estados Unidos e Israel, refletindo a postura de resistência do povo iraniano.
As festividades começaram na manhã de segunda-feira, com a população se dirigindo ao icônico Monumento da Liberdade, conhecido como Azadi, em Teerã. Este local é um símbolo da revolução e da luta do povo iraniano pela independência e soberania. Os participantes da celebração também expressaram sua solidariedade e apoio a grupos aliados, como o Hezbollah, e reafirmaram a unidade nacional contra as tentativas de divisão promovidas por potências estrangeiras.
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Em seu discurso, Pezeshkian destacou que “a América acredita que pode colocar o Irã de joelhos criando divisões entre as diversas componentes da nação iraniana”. Ele fez um apelo à unidade, afirmando que “se nos mantivermos juntos, seremos capazes de resolver todos os problemas do país”.
As celebrações da Revolução Islâmica, que se iniciam anualmente em 31 de janeiro, marcam o retorno do aiatolá Ruhollah Khomeini a Teerã após seu exílio em Paris. Este ano, as autoridades iranianas incentivaram a população a participar em grande número das festividades, especialmente após o anúncio de novas sanções por parte de Trump, que reitera sua política de “pressão máxima” contra o Irã.
As imagens veiculadas pela televisão estatal mostraram multidões em várias cidades, como Shiraz, Bandar Abbas, Rasht, Mashhad, Kermanshah e Sanandaj, demonstrando a força da mobilização popular e a rejeição às políticas americanas. Os iranianos, que frequentemente se reúnem em família para essas celebrações, expressaram sua determinação em resistir às tentativas de interferência estrangeira.
Além das manifestações, a data é também um momento de reflexão sobre os desafios enfrentados pelo Irã desde a revolução, incluindo as pressões internacionais e as sanções que impactam a economia do país. O governo iraniano continua a afirmar que seu programa nuclear é destinado apenas a fins pacíficos, apesar das alegações contrárias dos Estados Unidos e de outros países ocidentais.
Com a intensificação das tensões entre os dois países, a situação no Oriente Médio continua a ser um tema de preocupação global, com o Irã se posicionando firmemente contra as políticas de Trump e reafirmando seu compromisso com a soberania nacional e a resistência.
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