O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou memorando para intensificar pressão contra Teerã nesta terça-feira (4)
06 de Fevereiro de 2025 às 09h15

Trump reitera que Irã não pode ter armas nucleares e impõe sanções econômicas

O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou memorando para intensificar pressão contra Teerã nesta terça-feira (4)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reafirmou nesta terça-feira (4) sua posição de que o Irã não pode possuir armas nucleares. Durante a assinatura de um memorando que restabelece a política de "pressão máxima" sobre o país persa, Trump enfatizou que o objetivo é impedir que Teerã desenvolva um programa nuclear militar.

O memorando, assinado antes de um encontro com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, visa reduzir as exportações de petróleo do Irã a zero, uma estratégia que Trump já havia implementado em seu primeiro mandato. "Quero que o Irã seja um país grande e próspero, mas sem a arma nuclear", afirmou Trump em sua rede social Truth Social.

O presidente norte-americano descreveu a medida como "muito difícil" e expressou incertezas sobre a eficácia da abordagem. Ele também manifestou esperanças de que um acordo possa ser alcançado com Teerã, apesar das tensões crescentes. "Talvez isso seja possível, talvez não seja possível", disse Trump sobre a possibilidade de negociações.

Trump criticou seu antecessor, Joe Biden, por não ter imposto rigorosamente as sanções ao Irã, permitindo que o país continuasse a vender petróleo para financiar seu programa nuclear. Desde então, o Irã tem acelerado o enriquecimento de urânio, alcançando níveis de até 60% de pureza, próximo ao necessário para a fabricação de armas nucleares.

O memorando também instrui o secretário do Tesouro dos EUA a implementar uma "pressão econômica máxima" sobre o Irã, incluindo sanções rigorosas e medidas contra aqueles que violarem as restrições existentes. Além disso, a ordem busca mobilizar esforços para que as exportações de petróleo iraniano sejam completamente eliminadas.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

A missão do Irã nas Nações Unidas em Nova York não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as novas sanções. As exportações de petróleo do Irã geraram cerca de US$ 53 bilhões em 2023, segundo estimativas da Administração de Informação de Energia dos EUA.

Durante seu primeiro mandato, Trump conseguiu reduzir as exportações de petróleo do Irã a quase zero, mas essas aumentaram novamente sob a administração de Biden, que buscou uma abordagem mais diplomática. A Agência Internacional de Energia acredita que países como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos têm capacidade para compensar qualquer perda nas exportações iranianas.

As declarações de Trump foram acompanhadas por uma resposta do ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, que reiterou que o país não está buscando desenvolver armas nucleares. Araqchi classificou a política de "pressão máxima" como um "experimento fracassado" e afirmou que o Irã está comprometido com o Tratado de Não Proliferação Nuclear.

O chefe da Organização Iraniana de Energia Atômica, Mohammad Eslami, também reforçou que o Irã não possui e não terá um programa de armas nucleares, sustentando que o país está dedicado a um uso pacífico da energia nuclear.

As tensões entre os Estados Unidos e o Irã continuam a crescer, especialmente após a retirada dos EUA do acordo nuclear de 2015, que visava limitar o programa nuclear iraniano em troca do alívio das sanções. Desde então, as tentativas de reviver o pacto fracassaram, e o Irã insiste que seu programa nuclear é exclusivamente para fins pacíficos.

Veja também:

Tópicos: