Bruno Tolentino é acusado de envolvimento em esquema de apostas fraudulentas no futebol; votação do relatório ocorrerá em breve.
10 de Fevereiro de 2025 às 18h17

CPI recomenda indiciamento de tio de Lucas Paquetá por manipulação de jogos

Bruno Tolentino é acusado de envolvimento em esquema de apostas fraudulentas no futebol; votação do relatório ocorrerá em breve.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, instalada no Senado, está prestes a apresentar seu relatório final, que inclui a recomendação de indiciamento de Bruno Tolentino Coelho, tio do jogador Lucas Paquetá, atualmente no West Ham, por suposta participação em um esquema de manipulação de resultados no futebol.

O relatório, elaborado pelo senador Romário (PL-RJ), será lido na sessão da CPI nesta terça-feira e votado na quarta-feira. Tolentino foi convocado para depor em outubro de 2024, mas optou por permanecer em silêncio durante a audiência, respondendo apenas a uma pergunta sobre sua vida pessoal.

As investigações apontam que Bruno Tolentino teria realizado transferências bancárias significativas para o atacante Luiz Henrique, que na época jogava no Real Betis, na Espanha. O valor total das transações chega a R$ 40 mil, levantando suspeitas sobre a possibilidade de que essas movimentações estivessem ligadas a apostas combinadas, nas quais se previa que ambos os jogadores receberiam cartões amarelos durante suas partidas.

Romário, ao justificar o indiciamento, citou o artigo 199 da Lei Geral do Esporte, que proíbe a promessa de vantagens para alterar resultados de competições esportivas. As penalidades para esse tipo de crime variam de dois a seis anos de prisão.

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Além de Tolentino, o relatório da CPI pede o indiciamento de outros dois indivíduos: William Pereira Rogatto, conhecido como “Rei do Rebaixamento”, que foi preso pela Interpol em Dubai, e Thiago Chambó Andrade, que já estava sob investigação no âmbito da Operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás.

Rogatto admitiu em depoimento sua participação em esquemas de manipulação e afirmou ter lucrado cerca de R$ 300 milhões através de práticas fraudulentas que levaram ao rebaixamento de diversas equipes no Brasil. Já Chambó é acusado de cooptar jogadores para alterar resultados de partidas.

O relatório final da CPI também menciona que não houve pedido de indiciamento para Bruno Lopez, considerado o chefe do esquema investigado pela Operação Penalidade Máxima, devido a um acordo de não persecução penal que ele assinou.

A CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas foi instaurada em abril de 2024, em resposta a uma comissão anterior que não conseguiu aprovar um relatório final. A previsão inicial era que os trabalhos fossem encerrados em outubro, mas os parlamentares conseguiram prorrogar o prazo até 15 de fevereiro, com a votação do relatório final marcada para dois dias antes do prazo limite.

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