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CPI do crime organizado é protocolada no Senado com 27 assinaturas
Senador Alessandro Vieira solicita instalação de CPI para investigar facções e milícias no Brasil
O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) protocolou, nesta quinta-feira, o requerimento para a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, após alcançar as 27 assinaturas necessárias. A proposta visa investigar a atuação de facções criminosas e milícias em todo o Brasil. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), agora precisa autorizar a instalação da CPI, que pode ocorrer a qualquer momento.
A CPI tem como objetivo apurar o funcionamento e o financiamento do crime organizado, além de propor medidas que ajudem no combate a essas organizações. Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelam que, em 2022, o Brasil registrou 47,3 mil mortes violentas intencionais, resultando em uma taxa alarmante de 23,3 homicídios por 100 mil habitantes.
Entre os estados mais afetados pela violência, destacam-se Amapá, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Amazonas, que apresentam índices superiores à média nacional. A CPI também se concentrará na atuação das milícias, que dominam áreas urbanas e impõem taxas ilegais a moradores e comerciantes.
No Rio de Janeiro, a milícia conhecida como Bonde do Zinho é a mais poderosa do país, controlando grande parte da Zona Oeste. Este grupo possui um arsenal que se assemelha ao utilizado por forças militares, o que levanta preocupações sobre a segurança pública na região.
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Em sua defesa pela criação da CPI, Vieira afirmou: “As facções criminosas e as milícias expandiram a atuação sem que houvesse uma resposta coordenada e eficiente do Estado. Não podemos continuar assistindo à escalada da violência e ao fortalecimento do crime sem reagir”.
A instalação da CPI é vista como uma resposta necessária à crescente violência e à falta de controle sobre as organizações criminosas que operam no Brasil. O colegiado deverá trabalhar em conjunto com as autoridades competentes para identificar e desmantelar essas redes de crime organizado.
Com a autorização de Alcolumbre, a CPI poderá convocar autoridades e especialistas para prestar depoimentos e contribuir com informações relevantes para as investigações. A expectativa é que a comissão traga à tona dados e evidências que ajudem a entender a complexidade do crime organizado no país.
A criação da CPI é um passo importante na luta contra a criminalidade e na busca por soluções que possam efetivamente combater o crime organizado e suas ramificações na sociedade brasileira.
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