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Pentágono suspende recrutamento de pessoas transgênero nas forças armadas
Decisão do secretário de Defesa, Pete Hegseth, interrompe alistamento e tratamentos de transição de gênero.
O Pentágono anunciou a suspensão do recrutamento de pessoas transgênero para as forças armadas dos Estados Unidos, conforme um memorando assinado pelo secretário de Defesa, Pete Hegseth. A medida, divulgada no dia 10 de fevereiro, impede não apenas novos alistamentos, mas também o tratamento de transição de gênero para aqueles que já estão no serviço militar.
O documento, datado de 7 de fevereiro, foi revelado em meio a um processo judicial que contesta um decreto do ex-presidente Donald Trump, que visava excluir pessoas trans do exército. De acordo com o memorando, “com efeito imediato, estão suspensos todos os novos alistamentos de indivíduos com histórico de disforia de gênero”.
Além disso, o texto menciona que “todos os procedimentos médicos não programados, programados ou planejados relacionados à afirmação ou facilitação de uma transição de gênero para membros do serviço foram pausados”. O memorando não esclarece a situação dos militares transgêneros já em serviço.
A inclusão de pessoas transgênero nas forças armadas dos Estados Unidos foi autorizada em 2016, durante a administração do então presidente Barack Obama. Desde então, a comunidade trans no exército tem enfrentado desafios e mudanças nas políticas de recrutamento e tratamento.
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Estima-se que cerca de 15 mil pessoas transgênero estejam atualmente servindo nas forças armadas americanas, em um total de aproximadamente dois milhões de militares. A nova decisão gera preocupações sobre o futuro dessas pessoas e a continuidade de suas carreiras no exército.
A política de exclusão de pessoas transgênero foi uma promessa de campanha de Donald Trump, que, desde sua posse, buscou reverter as políticas de inclusão adotadas anteriormente. Em janeiro de 2017, ele assinou um decreto que visava “eliminar a ideologia transgênero” do exército, restringindo o alistamento de indivíduos que necessitavam de tratamento hormonal ou que já haviam passado por cirurgias de mudança de sexo.
Após a saída de Trump, o presidente Joe Biden reverteu essa decisão, permitindo novamente o recrutamento de pessoas transgênero e afirmando que “todos os americanos aptos a servir nas forças armadas dos Estados Unidos devem poder fazê-lo”.
A suspensão do recrutamento de pessoas transgênero pelo Pentágono é vista como um retrocesso nas políticas de inclusão e diversidade nas forças armadas, que já enfrentam críticas por sua abordagem em relação a questões de gênero e sexualidade.
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