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Polícia de SP realiza operação para capturar traficante ligado ao PCC
Forças de segurança buscam Emílio Carlos Gongorra Castilho, conhecido como Cigarreiro, suspeito de ser o mandante do crime.
A Polícia Civil de São Paulo deflagrou, na manhã desta quinta-feira (13), uma grande operação para prender Emílio Carlos Gongorra Castilho, mais conhecido como Cigarreiro. Ele é apontado como um dos mandantes do assassinato de Antôni Vinícius Lopes Gritzbach, um delator da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), ocorrido em novembro de 2024, no Aeroporto Internacional de Guarulhos.
A operação conta com a participação de mais de 100 policiais e visa cumprir um mandado de prisão, além de mais de 20 mandados de busca e apreensão em endereços relacionados a Cigarreiro. Até o momento, ele não foi localizado, e a suspeita é de que tenha fugido para o Rio de Janeiro, onde poderia estar se escondendo na comunidade da Rocinha, dominada pelo Comando Vermelho.
As investigações indicam que Kauê Amaral Coelho, que teria atuado como olheiro no momento do assassinato de Gritzbach, também pode estar no Rio, mas em um local diferente, na Vila do Cruzeiro, no complexo da Penha. Cigarreiro é considerado um dos principais traficantes do PCC e tem ligações diretas com outros membros da facção, incluindo Anselmo Santa Fausta, um traficante de alta patente que foi morto em 2021.
O assassinato de Gritzbach foi motivado por uma dívida que ele tinha com a facção, que ultrapassava R$ 100 milhões. Ele havia investido em criptomoedas o dinheiro de Santa Fausta e de Cigarreiro, mas o negócio não prosperou, resultando em cobranças violentas. Gritzbach chegou a ser sequestrado e levado a um tribunal do crime, onde prometeu devolver o valor devido, mas não cumpriu.
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As investigações revelam que Cigarreiro teria pago a policiais militares para executar Gritzbach. Dois desses policiais, identificados como o cabo Denis Martins e o soldado Ruan Silva Rodrigues, já foram presos, assim como o tenente Fernando Genauro, que teria sido o motorista do carro usado na ação criminosa.
Os advogados dos policiais presos, Renato Soares do Nascimento e Mauro da Costa Ribas Junior, alegam que seus clientes são inocentes e que apresentarão provas documentais e testemunhais no processo penal. A força-tarefa da polícia agora busca descobrir o valor pago por Cigarreiro para que os policiais militares realizassem o assassinato do delator.
A operação em andamento é um desdobramento das investigações que já resultaram na prisão de 17 policiais militares desde janeiro deste ano, com três deles acusados diretamente de participar do assassinato de Gritzbach. Os demais estariam envolvidos em atividades de escolta e proteção ao empresário.
Gritzbach, que era corretor de imóveis, havia se envolvido com o tráfico de drogas e se tornou um dos principais delatores do PCC, o que resultou em um prêmio de R$ 3 milhões pela sua cabeça. Sua trajetória no crime organizado é marcada por uma série de eventos que culminaram em sua execução.
A Polícia Federal também indiciou 14 pessoas no caso, incluindo um delegado da Polícia Civil de São Paulo, que foi citado por Gritzbach em sua delação premiada. As investigações apontam para um esquema de corrupção e manipulação de investigações policiais que beneficiava a facção criminosa.
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