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Menina de 11 anos é a primeira vítima fatal da dengue em SP em 2025
A morte de uma menina de 11 anos por dengue em São Paulo acende alerta sobre baixa vacinação contra a doença.
Uma menina de 11 anos, moradora da região de Ermelino Matarazzo, zona leste de São Paulo, faleceu no dia 30 de janeiro de 2025, tornando-se a primeira vítima fatal da dengue na capital paulista neste ano. A confirmação da morte foi feita pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS-SP) no dia 10 de fevereiro.
De acordo com a SMS, a criança não apresentava histórico de problemas de saúde e seu quadro clínico era considerado normal antes do agravamento. As autoridades de saúde estão investigando possíveis focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, na região onde a menina residia.
Até o momento, mais de 159 mil casos suspeitos de dengue foram registrados em todo o Estado de São Paulo, com 71 óbitos confirmados. Municípios como Mogi Guaçu, Jaboticabal e São José do Rio Preto têm se destacado com números preocupantes de mortes por dengue.
O infectologista pediátrico Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), ressaltou que crianças com doenças crônicas têm um risco maior de agravamento da dengue. Ele destacou a importância da vacinação como uma medida preventiva eficaz contra a doença.
O Brasil disponibiliza a vacina Qdenga, fabricada pela farmacêutica japonesa Takeda, que foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) em dezembro de 2023. Apesar de ser a primeira vacina contra a dengue oferecida na rede pública, a baixa adesão à vacinação é motivo de preocupação entre especialistas.
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Até agora, apenas 3.205.625 doses foram aplicadas em crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, faixa etária correspondente à da menina falecida. O Ministério da Saúde definiu esse grupo como prioritário para a vacinação, mas o número de doses distribuídas ultrapassa 6 milhões, o que indica uma significativa resistência à imunização.
Os especialistas recomendam que os pais levem seus filhos a uma unidade do SUS para a aplicação da vacina, que é oferecida gratuitamente. A vacinação é considerada essencial para reduzir o risco de hospitalização e morte por dengue.
Em janeiro de 2025, dados da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo mostraram que apenas 10,65% das crianças e adolescentes dessa faixa etária completaram o esquema vacinal com as duas doses. Kfouri enfatizou que é imprescindível aumentar a cobertura vacinal para que a população esteja protegida contra a dengue.
Recentemente, o Instituto Butantan iniciou a produção de uma nova vacina contra a dengue, com expectativa de fabricar 1 milhão de doses em 2025 e 100 milhões nos anos seguintes. No entanto, o imunizante ainda aguarda aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A situação atual da dengue em São Paulo, marcada pela morte da menina, evidencia a urgência de ações efetivas para aumentar a vacinação e combater a disseminação da doença na capital e em todo o Estado.
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