Incêndio em fábrica de fantasias em Ramos, no Rio, deixa 21 feridos, sendo 10 em estado grave; MPT investiga.
12 de Fevereiro de 2025 às 14h40

Fábrica de fantasias no Rio pegou fogo não tinha autorização dos Bombeiros para funcionar

Incêndio em fábrica de fantasias em Ramos, no Rio, deixa 21 feridos, sendo 10 em estado grave; MPT investiga.

Na manhã desta quarta-feira, 12 de fevereiro, um incêndio devastador atingiu a Maximus Confecções, uma fábrica de fantasias de carnaval localizada no bairro de Ramos, na zona norte do Rio de Janeiro. O coronel Luciano Sarmento, subcomandante do Corpo de Bombeiros do estado, confirmou que a empresa operava sem a devida autorização e não possuía o certificado de segurança exigido para funcionamento.

De acordo com as informações divulgadas, 21 pessoas foram resgatadas do local, com 10 delas apresentando queimaduras graves e inalação de fumaça tóxica. Os feridos foram encaminhados a diversas unidades de saúde, incluindo o Hospital Estadual Getúlio Vargas, onde estão internados em estado crítico.

A situação da fábrica era irregular também em relação à Receita Federal, que declarou a empresa inapta para operar desde outubro de 2023, devido a pendências na entrega de declarações fiscais. Apesar disso, a Prefeitura do Rio de Janeiro informou que o local possuía um alvará de funcionamento para atividades de confecção.

O incêndio começou pouco antes das 8 horas e rapidamente se alastrou, atingindo uma área de aproximadamente 500 metros quadrados. O Corpo de Bombeiros mobilizou mais de 30 viaturas e cerca de 90 profissionais para combater as chamas, que foram controladas por volta das 10h. Quatro pessoas foram resgatadas por janelas, enquanto outras tentavam escapar pela porta de entrada.

O local, que produzia fantasias para escolas de samba, como Império Serrano e Unidos da Ponte, estava operando em três turnos para atender à demanda do carnaval. Funcionários relataram que alguns deles dormiam na fábrica no momento do incêndio, o que aumentou o risco de ferimentos.

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O Ministério Público do Trabalho (MPT) do Rio de Janeiro iniciou uma investigação sobre as condições de trabalho no local. O órgão informou que uma Notícia de Fato foi aberta para apurar as circunstâncias do acidente e a regularidade das condições de trabalho dos funcionários.

Em nota, o prefeito Eduardo Paes afirmou que as escolas de samba afetadas não sofrerão rebaixamento em suas classificações para o carnaval deste ano, apesar da tragédia. Ele não se manifestou sobre as condições de segurança da fábrica.

Testemunhas relataram momentos de pânico e desespero quando o fogo começou. Ricardo Santos, um dos trabalhadores, contou que chegou ao local e imediatamente se deparou com colegas tentando escapar das chamas. “Veio a gritaria, todo mundo gritando. Eu estava me arrumando. Não sei como começou. Só pensei em ajudar”, disse ele.

A Defesa Civil está avaliando a estrutura dos imóveis vizinhos ao local do incêndio, enquanto a Polícia Civil investiga as causas do sinistro. O incidente levanta preocupações sobre a segurança nas fábricas que operam em áreas residenciais e a necessidade de fiscalização mais rigorosa.

Além de fantasias, a Maximus Confecções também fabricava vestimentas para alas e fardas militares, e a Liga RJ, que representa as escolas de samba, lamentou o ocorrido, convocando uma reunião para discutir as implicações para as agremiações.

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