Incêndio na Maximus Confecções deixou 21 feridos e levantou suspeitas sobre irregularidades
13 de Fevereiro de 2025 às 10h13

Polícia investiga furto de energia em fábrica de fantasias que pegou fogo no Rio

Incêndio na Maximus Confecções deixou 21 feridos e levantou suspeitas sobre irregularidades

A Polícia Civil do Rio de Janeiro está conduzindo uma investigação para apurar se houve furto de energia na fábrica Maximus Confecções, localizada em Ramos, na Zona Norte da cidade, onde um incêndio devastador ocorreu na manhã de quarta-feira (12). O incidente deixou 21 pessoas feridas, algumas em estado grave, e gerou preocupações sobre as condições de segurança do local.

As autoridades iniciaram a perícia na quinta-feira (13) com o apoio da concessionária Light, que está analisando se havia ligações clandestinas de energia no edifício. A empresa informou que está colaborando com a investigação e, por motivos de segurança, interrompeu o fornecimento de energia em algumas ruas da região.

A 21ª Delegacia de Polícia (Bonsucesso) informou que a apuração inclui depoimentos de testemunhas e trabalhadores que estavam no local no momento do incêndio. A fábrica estava interditada pela Polícia Civil e pela Defesa Civil, que alertou sobre o risco de desabamento da estrutura.

O incêndio, que começou por volta das 7h39, destruiu grande parte da fábrica, que era uma das principais fornecedoras de fantasias para escolas de samba da Série Ouro. Os bombeiros mobilizaram 13 unidades para combater as chamas e realizar o resgate de trabalhadores que ficaram presos. Imagens de resgates dramáticos foram registradas, mostrando pessoas encurraladas pela fumaça densa.

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Os feridos foram encaminhados para diferentes unidades de saúde, incluindo o Hospital Estadual Getúlio Vargas, onde 10 vítimas foram atendidas. Oito delas, sendo três homens e cinco mulheres, estão em estado grave devido a queimaduras e inalação de fumaça tóxica. Outras vítimas foram atendidas em hospitais da rede municipal, com algumas já recebendo alta.

Além da investigação da Polícia Civil, o Ministério Público do Trabalho (MPT) também instaurou um inquérito para avaliar as condições laborais dos funcionários da fábrica. Testemunhas relataram que alguns trabalhadores, incluindo adolescentes, dormiam no local devido à carga de trabalho intensa, especialmente com a proximidade do Carnaval.

A Maximus Confecções, que operava sem a documentação necessária do Corpo de Bombeiros, tinha licença da prefeitura para atuar na confecção de roupas, mas estava registrada como inapta na Receita Federal por omissões em suas declarações. A situação levanta questões sobre a fiscalização e a segurança das fábricas que produzem para o Carnaval.

As escolas de samba Império Serrano, Unidos da Ponte e Unidos de Bangu confirmaram que suas fantasias estavam na fábrica no momento do incêndio, resultando em perdas significativas. A Liga-RJ, que organiza o Carnaval da Série Ouro, anunciou que as três escolas mais afetadas não receberão notas neste ano, o que significa que não poderão ser rebaixadas para a Série Prata.

As investigações continuam, com a expectativa de que as autoridades esclareçam as causas do incêndio e a responsabilidade por possíveis irregularidades na operação da fábrica. A tragédia destaca a importância de garantir condições de trabalho seguras e regulamentadas para os trabalhadores do setor.

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