Operação Data Change cumpre mandados em Goiânia e investiga grupo que alterou dados sobre penas de detentos.
13 de Fevereiro de 2025 às 09h48

Polícia Federal investiga fraudes no sistema do CNJ para soltura de presos perigosos

Operação Data Change cumpre mandados em Goiânia e investiga grupo que alterou dados sobre penas de detentos.

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira (13), a Operação Data Change, com o objetivo de investigar um esquema criminoso que invadiu os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para fraudar informações sobre penas de detentos. A ação ocorre em Goiânia, onde foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão.

De acordo com a PF, o grupo teria realizado alterações indevidas em dados relacionados à execução penal, permitindo que presos condenados a mais de 60 anos de prisão, incluindo membros de facções criminosas, conseguissem progredir de regime de forma fraudulenta.

As investigações revelaram que os criminosos inseriram documentos falsos e modificaram informações no sistema para adiantar a progressão de regime dos detentos. Com isso, eles conseguiam passar do regime fechado para o semiaberto de forma acelerada, rompendo as tornozeleiras eletrônicas e fugindo da Justiça.

Até o momento, foram identificados indícios de fraude em 15 processos de execução penal, mas a PF alerta que esse número pode aumentar conforme as investigações avançam. A participação de advogados no esquema também está sendo investigada.

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A ação da PF foi motivada por um alerta do próprio CNJ, que detectou as irregularidades e acionou as autoridades competentes para apurar os fatos e reforçar a segurança dos sistemas envolvidos.

Em nota, a PF destacou que as alterações foram rapidamente identificadas pelo CNJ, que tomou providências imediatas para coibir novas fraudes. “Essas ações têm como finalidade garantir a integridade do sistema de justiça e a segurança da sociedade”, afirmou a instituição.

A Operação Data Change é um desdobramento de um esforço contínuo da Polícia Federal para combater a criminalidade organizada e proteger o sistema judiciário brasileiro. A PF continua as investigações para identificar todos os envolvidos e desmantelar a quadrilha responsável pelas fraudes.

O CNJ, por sua vez, reforçou seu compromisso em garantir a transparência e a segurança dos dados relacionados à execução penal, reafirmando que medidas estão sendo adotadas para evitar que situações semelhantes ocorram no futuro.

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