O ex-presidente se reúne com senadores da oposição enquanto aguarda possíveis acusações no STF.
18 de Fevereiro de 2025 às 09h39

Bolsonaro participa de almoço no Senado em meio a expectativa de denúncia da PGR

O ex-presidente se reúne com senadores da oposição enquanto aguarda possíveis acusações no STF.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comparecerá a um almoço promovido por senadores da oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta terça-feira, 18. O evento será realizado no Senado Federal e conta com a presença do bloco Vanguarda, que reúne partidos como PL, Progressistas, Republicanos e Novo.

A participação de Bolsonaro ocorre em um momento crucial, já que se espera que a Procuradoria-Geral da República (PGR) formalize uma denúncia contra ele e outros indiciados pela Polícia Federal (PF) por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O almoço será organizado pelos senadores Wellington Fagundes (PL-MG), líder do bloco, Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição, além de Carlos Portinho (PL-MG) e Eduardo Girão (Novo-CE).

Bolsonaro está entre os 40 nomes implicados pela PF em um inquérito que investiga uma tentativa de reverter o resultado das eleições presidenciais de 2022. A PF alega que o ex-presidente “planejou, atuou e teve o domínio” sobre a tentativa de golpe, que não se concretizou devido a “circunstâncias alheias à vontade” do então presidente.

O relatório da PF aponta que a conspiração se organizou em seis frentes, conhecidas como “núcleos”, que incluíam ações de desinformação contra o sistema eleitoral, incitação a atos golpistas, assistência jurídica à ruptura e uma rede de inteligência paralela. Além disso, havia um núcleo dedicado a articular as ações entre os demais grupos envolvidos.

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Nos bastidores, a análise da PGR em relação ao relatório da PF está em fase final, e a expectativa é que o procurador Paulo Gonet apresente a denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) nos próximos dias. A admissibilidade da denúncia e seu eventual julgamento serão de responsabilidade da Primeira Turma do STF, que inclui o relator do inquérito, Alexandre de Moraes, e outros ministros.

Bolsonaro, que se encontra em uma situação delicada, busca apoio no Congresso para implementar estratégias que possam ajudá-lo a se reabilitar politicamente. Entre as propostas em discussão estão a anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 e mudanças na Lei da Ficha Limpa, que poderiam beneficiar o ex-presidente em futuras eleições.

O projeto que visa esvaziar a Lei da Ficha Limpa propõe reduzir de oito para dois anos o período de inelegibilidade. Ambos os projetos estão em tramitação na Câmara dos Deputados, mas ainda não têm previsão de votação, apesar das negociações em curso entre os partidos da oposição.

O almoço no Senado, portanto, não é apenas uma reunião social, mas um evento estratégico em um momento em que Bolsonaro enfrenta desafios legais e políticos significativos. A expectativa em torno da denúncia da PGR e suas consequências para o ex-presidente e seus aliados aumenta à medida que o evento se aproxima.

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