PGR apresenta denúncia contra 34 pessoas, mas presidente do PL não está entre os citados.
19 de Fevereiro de 2025 às 08h10

Valdemar Costa Neto e mais 9 indiciados pela PF não são denunciados pela PGR

PGR apresenta denúncia contra 34 pessoas, mas presidente do PL não está entre os citados.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) decidiu não incluir na denúncia apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) o nome de Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), e de mais nove indiciados pela Polícia Federal (PF) em um inquérito sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado. A denúncia, que envolve 34 pessoas, foi divulgada nesta terça-feira (18).

Valdemar, que foi apontado pela PF como um dos principais articuladores da trama golpista, não aparece em nenhuma das 272 páginas do documento assinado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet. O relatório da PF, que foi apresentado em novembro de 2024, indicava que o cacique do PL teria atuado de forma coordenada para tentar manter Jair Bolsonaro no poder, após a derrota nas eleições de 2022.

Além de Valdemar, outros indiciados que escaparam da denúncia incluem Aparecido Portela, suplente da senadora Teresa Cristina (PP-MS), e Tércio Arnaud, ex-assessor de Bolsonaro. A lista dos não denunciados ainda abrange três militares: Alexandre Castilho Bittencourt, Anderson Lima de Moura e Carlos Giovani Delevati Pasini, que assinaram uma carta pressionando o comandante do Exército a aderir ao movimento golpista.

O documento da PF mencionava que Valdemar teria praticado crimes como associação criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A investigação apontou que ele tinha conhecimento da falsidade das alegações de fraude eleitoral e, mesmo assim, utilizou essas informações para tentar anular o resultado das eleições.

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O procurador-geral Paulo Gonet também denunciou outros quatro indivíduos que não estavam entre os indiciados pela PF, incluindo Fernando de Sousa Oliveira, ex-número 2 da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, e o coronel Márcio Nunes de Resende Jr., que participava de um grupo no WhatsApp onde militares da ativa questionavam os resultados eleitorais.

Marília Ferreira de Alencar, ex-subsecretária da SSP-DF, e Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), também foram incluídos na lista de denunciados. As ações da PGR refletem uma continuidade nas investigações sobre a tentativa de golpe que mobilizou diversas figuras políticas e militares após as eleições de 2022.

O caso tem gerado grande repercussão no cenário político brasileiro, especialmente entre os apoiadores e opositores de Bolsonaro, que continua sendo uma figura polarizadora no país. A ausência de Valdemar na denúncia levanta questões sobre a estratégia da PGR e a condução das investigações relacionadas ao golpe.

Enquanto isso, a defesa de Valdemar Costa Neto não se manifestou oficialmente sobre a decisão da PGR. O político, que tem uma longa trajetória no cenário político brasileiro, é visto como um dos principais aliados de Bolsonaro e tem exercido influência significativa dentro do PL.

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