Reunião em Riad marca primeiro contato oficial entre os países sobre o conflito. Zelensky critica ausência ucraniana.
18 de Fevereiro de 2025 às 09h49

EUA e Rússia discutem fim da guerra na Ucrânia sem representantes de Kiev

Reunião em Riad marca primeiro contato oficial entre os países sobre o conflito. Zelensky critica ausência ucraniana.

Na última terça-feira (18), autoridades dos Estados Unidos e da Rússia se reuniram em Riad, na Arábia Saudita, para discutir possíveis soluções para o conflito na Ucrânia. Este encontro representa a primeira conversa oficial entre os dois países sobre o fim da guerra, ocorrendo menos de uma semana após os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin terem conversado por telefone e concordado em iniciar as negociações imediatamente.

Entretanto, a ausência de representantes ucranianos nas discussões gerou forte rejeição por parte do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e de líderes europeus, que consideram as tratativas inválidas sem a participação de Kiev. Zelensky deixou claro que a Ucrânia não aceitará acordos feitos sem sua presença.

Durante a reunião, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, reafirmou a posição do governo russo contrária à adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Ela destacou que não basta apenas negar a entrada de Kiev na aliança militar ocidental. “Uma recusa em aceitar Kiev na Otan não é suficiente. A aliança deve repudiar as promessas de Bucareste de 2008”, afirmou Zakharova, referindo-se ao compromisso firmado na cúpula realizada na Romênia, que também incluiu a Geórgia.

O encontro em Riad marca uma mudança significativa na política externa dos EUA, que, desde a invasão russa em 2022, buscava isolar Moscou diplomaticamente. Agora, Washington parece apostar no diálogo como meio para alcançar um desfecho para a guerra.

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Além do futuro da Ucrânia, as conversas também abordam a reaproximação entre EUA e Rússia e a possibilidade de um encontro entre Trump e Putin. O Kremlin declarou esperar que as discussões avancem para viabilizar essa reunião entre os presidentes.

Do lado americano, a delegação é liderada pelo secretário de Estado, Marco Rubio, e inclui o enviado especial de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, e o assessor de segurança nacional, Mike Waltz. Representando a Rússia, estão presentes o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, e o assessor de política externa do Kremlin, Yuri Ushakov.

Na segunda-feira (17), Zelensky havia afirmado que não participaria das negociações entre Washington e Moscou e reiterou que não aceitaria acordos discutidos sem a presença da Ucrânia. Ele deve viajar à Arábia Saudita na quarta-feira (19) para compromissos previamente agendados.

A recente aproximação entre Trump e Putin surpreendeu a Europa e representa uma guinada na abordagem dos EUA, que agora se mobiliza para não ficar de fora das tratativas que podem definir o futuro do conflito na Ucrânia.

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