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Bolsonaro afirma ter 'zero preocupação' com denúncia da PGR e prioriza anistia
Durante encontro com senadores, ex-presidente criticou a lei da Ficha Limpa e defendeu anistia para envolvidos em ataques de 8 de janeiro.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou nesta terça-feira (18) que não tem preocupações em relação a uma possível denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre sua suposta participação em um golpe de Estado. Em um almoço com senadores, Bolsonaro afirmou que acredita haver uma maioria na Câmara dos Deputados favorável à aprovação de um projeto de anistia para os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2023.
“Olha pra minha cara, não tenho nenhuma preocupação com as acusações, zero”, afirmou o ex-presidente ao ser questionado sobre a investigação que o indiciou, junto a outros 39 nomes, por crimes como golpe de Estado e organização criminosa. Ele expressou confiança de que a anistia será aprovada, mencionando conversas com líderes de partidos como Gilberto Kassab (PSD) e Antônio Rueda (União Brasil).
Bolsonaro destacou que sua prioridade é a anistia, afirmando que “libertar essas pessoas que estão presas” é fundamental. Ele acredita que já há quórum suficiente na Câmara para a aprovação da proposta, ressaltando que a maioria dos parlamentares com quem conversou estaria disposta a votar a favor.
Além disso, o ex-presidente criticou a aplicação da lei da Ficha Limpa, alegando que ela está sendo utilizada de forma injusta para favorecer a esquerda e perseguir a direita. Ele enfatizou que a anistia é uma questão distinta da lei da Ficha Limpa, afirmando que “os Estados Unidos não têm a lei da Ficha Limpa; se tivessem, o Trump estaria inelegível”.
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Bolsonaro também se manifestou sobre a situação de familiares de pessoas detidas após os ataques de janeiro, questionando a legitimidade das punições impostas. Ele mencionou uma conversa que teve com o presidente da Câmara, Hugo Motta, sobre a situação de uma mulher com seis filhos cujo marido estaria foragido. “Essa punição é justa? Essa dosimetria é justa? 17 anos de cadeia?”, indagou.
O ex-presidente reafirmou que não se sente ameaçado pelas investigações e que está aguardando a formalização da denúncia. “Estou aguardando chegar [a denúncia]. Espero que agora eu possa ter acesso aos autos”, disse, ressaltando que não viu documentos que comprovem as acusações contra ele.
Bolsonaro tem buscado manter a oposição unida diante das pressões do Judiciário e, em sua visita ao Senado, procurou discutir as prioridades do grupo. Ele se mostrou otimista quanto ao apoio que está recebendo para a aprovação da anistia, que considera essencial para os que, segundo ele, são inocentes.
A situação política atual continua a ser marcada por tensões entre o ex-presidente e as instituições, com Bolsonaro insistindo em sua inocência e na necessidade de apoio para aqueles que considera injustamente punidos.
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