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PGR afirma que Jair Bolsonaro tinha conhecimento de plano para assassinar Lula
Denúncia apresentada ao STF envolve 34 pessoas e descreve plano de ataque às instituições brasileiras
A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinha conhecimento do plano denominado "Punhal Verde e Amarelo", que visava o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A acusação foi feita pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, em denúncia apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) na noite de terça-feira, 18.
No documento, a PGR classifica a operação como "aterrorizadora" e o plano de ataque às instituições como "sinistro". A denúncia destaca que o planejamento tinha como objetivo a "derrocada do sistema de funcionamento dos Poderes e da ordem democrática".
De acordo com a PGR, o plano foi arquitetado e levado ao conhecimento de Bolsonaro, que teria concordado com ele, mesmo diante do reconhecimento pelo Ministério da Defesa da "inexistência de detecção de fraude nas eleições de 2022". O documento revela que as investigações apontaram que a organização criminosa tinha o STF como alvo a ser "neutralizado" e que cogitavam o uso de "armas bélicas" contra o ministro Alexandre de Moraes, além da morte por envenenamento de Lula.
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O procurador-geral mencionou ainda que as investigações revelaram uma "aterrorizadora operação de execução do golpe", onde se admitia a morte do presidente e do vice-presidente da República eleitos, bem como de um ministro do STF. A PGR também destacou que o plano incluía minuciosas atividades, com virtualidades perniciosas.
A investigação identificou o plano "Punhal Verde e Amarelo" em novembro do ano passado, durante a Operação Contragolpe. Documentos apreendidos com um general reformado do Exército, Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Presidência durante o governo Bolsonaro, indicavam que o planejamento previa o uso de substâncias químicas para causar colapso orgânico, considerando a vulnerabilidade de saúde de Lula.
O procurador Gonet afirmou que Bolsonaro e outros membros da organização criminosa estruturaram um plano de ataque às instituições, que recebeu o nome de "Punhal Verde e Amarelo". A PGR também mencionou outros planos que se somaram a esse para desestabilizar as instituições e manter Bolsonaro no poder, culminando na Operação Copa 2022, que buscava criar uma comoção nacional por meio da morte de Lula, Alckmin e Moraes.
Com falhas em etapas anteriores, a PGR ressaltou que a última esperança da organização estava na manifestação de 8 de janeiro, quando ocorreram os atos de vandalismo em Brasília.
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