Denúncia apresentada ao STF envolve 34 pessoas e descreve plano de ataque às instituições brasileiras
19 de Fevereiro de 2025 às 09h43

PGR afirma que Jair Bolsonaro tinha conhecimento de plano para assassinar Lula

Denúncia apresentada ao STF envolve 34 pessoas e descreve plano de ataque às instituições brasileiras

A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinha conhecimento do plano denominado "Punhal Verde e Amarelo", que visava o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A acusação foi feita pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, em denúncia apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) na noite de terça-feira, 18.

No documento, a PGR classifica a operação como "aterrorizadora" e o plano de ataque às instituições como "sinistro". A denúncia destaca que o planejamento tinha como objetivo a "derrocada do sistema de funcionamento dos Poderes e da ordem democrática".

De acordo com a PGR, o plano foi arquitetado e levado ao conhecimento de Bolsonaro, que teria concordado com ele, mesmo diante do reconhecimento pelo Ministério da Defesa da "inexistência de detecção de fraude nas eleições de 2022". O documento revela que as investigações apontaram que a organização criminosa tinha o STF como alvo a ser "neutralizado" e que cogitavam o uso de "armas bélicas" contra o ministro Alexandre de Moraes, além da morte por envenenamento de Lula.

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O procurador-geral mencionou ainda que as investigações revelaram uma "aterrorizadora operação de execução do golpe", onde se admitia a morte do presidente e do vice-presidente da República eleitos, bem como de um ministro do STF. A PGR também destacou que o plano incluía minuciosas atividades, com virtualidades perniciosas.

A investigação identificou o plano "Punhal Verde e Amarelo" em novembro do ano passado, durante a Operação Contragolpe. Documentos apreendidos com um general reformado do Exército, Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Presidência durante o governo Bolsonaro, indicavam que o planejamento previa o uso de substâncias químicas para causar colapso orgânico, considerando a vulnerabilidade de saúde de Lula.

O procurador Gonet afirmou que Bolsonaro e outros membros da organização criminosa estruturaram um plano de ataque às instituições, que recebeu o nome de "Punhal Verde e Amarelo". A PGR também mencionou outros planos que se somaram a esse para desestabilizar as instituições e manter Bolsonaro no poder, culminando na Operação Copa 2022, que buscava criar uma comoção nacional por meio da morte de Lula, Alckmin e Moraes.

Com falhas em etapas anteriores, a PGR ressaltou que a última esperança da organização estava na manifestação de 8 de janeiro, quando ocorreram os atos de vandalismo em Brasília.

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