Marília Ferreira Alencar, delegada da Polícia Federal, é acusada pela PGR de tentar manter Bolsonaro no poder após sua derrota.
19 de Fevereiro de 2025 às 16h46

Delegada da PF é a única mulher denunciada por tentativa de golpe de Estado

Marília Ferreira Alencar, delegada da Polícia Federal, é acusada pela PGR de tentar manter Bolsonaro no poder após sua derrota.

A delegada da Polícia Federal, Marília Ferreira Alencar, é a única mulher entre os 34 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado. A denúncia, que inclui também o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros 32 indivíduos, foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) e alega que os acusados tentaram sustentar a permanência de Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva.

Marília Alencar, que já ocupou o cargo de diretora de Inteligência do Ministério da Justiça durante a gestão do ex-ministro Anderson Torres, é acusada de ter utilizado sua posição para apoiar ações que visavam a permanência ilegítima de Bolsonaro. O documento da PGR destaca que os denunciados, com suas posições relevantes, coordenaram ações para garantir a continuidade do ex-presidente no cargo.

A denúncia formal da PGR é um passo importante no processo judicial, mas até o momento não há um processo penal em andamento. Se o STF aceitar a denúncia, os acusados se tornarão réus e enfrentarão um julgamento.

Entre os crimes atribuídos aos denunciados estão a abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que o grupo agiu com violência e grave ameaça para impedir o funcionamento dos Poderes da República.

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Além de Alencar, outros nomes de destaque estão entre os denunciados, incluindo o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e o ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem. A denúncia detalha a participação de cada um dos acusados em um suposto plano para desestabilizar o governo eleito e promover ações de desinformação contra o sistema eleitoral brasileiro.

A PGR também revelou que a Abin foi utilizada para favorecer interesses pessoais de Bolsonaro e realizar vigilância ilegal contra opositores políticos. A investigação aponta que o ex-presidente contava com o apoio de aliados e generais para implementar um plano que incluía a divulgação de informações falsas sobre as urnas eletrônicas e incitação a atos golpistas.

O julgamento da denúncia pela Primeira Turma do STF, que inclui o relator Alexandre de Moraes, ainda não tem data definida, mas pode ocorrer ainda neste semestre. A expectativa é alta, dado o impacto que essa decisão pode ter sobre a estabilidade política do país.

Com a denúncia, a PGR busca responsabilizar aqueles que, segundo a acusação, tentaram minar a democracia brasileira e deslegitimar o processo eleitoral. O caso reflete um momento crítico na política nacional, onde a confiança nas instituições democráticas é constantemente testada.

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