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Aliados de Bolsonaro rebatem denúncia da PGR sobre suposto golpe de Estado
Parlamentares criticam acusações da Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que teria liderado um golpe.
Deputados e senadores aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) manifestaram, nesta terça-feira, 18, forte oposição à denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O procurador-geral, Paulo Gonet, afirmou que Bolsonaro teria liderado articulações para um suposto golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022.
O líder da Oposição na Câmara, deputado Luciano Zucco (PL-RS), declarou que a denúncia “carece de fundamentação jurídica sólida” e questionou a imparcialidade da PGR. Segundo ele, as alegações se baseiam em interpretações subjetivas e não apresentam evidências concretas que sustentem as graves acusações.
“É imperativo destacar que tal denúncia carece de fundamentação jurídica sólida e parece estar alicerçada em interpretações subjetivas, desprovidas de evidências concretas que sustentem as graves acusações imputadas”, afirmou Zucco, reiterando que a oposição permanecerá “vigilante e atuante” para proteger Bolsonaro de uma “perseguição política disfarçada de procedimento legal”.
A líder da Minoria na Câmara, deputada Caroline de Toni (PL-SC), também se manifestou, alegando que Bolsonaro é alvo de uma “perseguição política”. De acordo com a parlamentar, as provas apresentadas pela PGR, com base no inquérito da Polícia Federal que investiga a tentativa de golpe, são “claramente políticas”.
“A perseguição política no Brasil tem patronos – e todos sabem quem são. Hoje, o maior líder deste País torna-se formalmente vítima da ditadura. Um processo cujos fundamentos são claramente políticos demonstra que o Estado Democrático de Direito não passa de letra morta”, disse De Toni.
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A deputada Carla Zambelli (PL-SP) destacou que a denúncia da PGR reforça a necessidade de aprovação de um projeto de lei que anistia os condenados pelos atos de 8 de janeiro. “A denúncia da PGR contra o ex-presidente Bolsonaro só reforça a necessidade de aprovarmos a anistia. O Brasil não pode permitir que a perseguição política se torne arma contra aqueles que apenas expressaram sua indignação”, afirmou Zambelli.
Conforme a denúncia da PGR, Bolsonaro teria liderado uma organização criminosa “baseada em projeto autoritário de poder” e “com forte influência de setores militares”. O ex-ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, também é apontado como um dos comandantes do esquema e se encontra em prisão preventiva.
“A organização tinha por líderes o próprio presidente da República e o seu candidato a vice-presidente, o general Braga Netto. Ambos aceitaram, estimularam e realizaram atos tipificados na legislação penal de atentado contra o bem jurídico da existência e independência dos poderes e do Estado de Direito democrático”, diz um trecho da denúncia.
Os advogados de Braga Netto, José Luis Oliveira Lima e Rodrigo DallAcqua, chamaram a denúncia de “fantasiosa”. Em nota, afirmaram que o general “está preso há mais de 60 dias e ainda não teve amplo acesso aos autos, encontrando-se detido em razão de uma delação premiada que não lhe foi permitido conhecer e contraditar”.
“A defesa confia na Corte, que o STF irá colocar essa malfadada investigação nos trilhos”, conclui a nota.
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