Parlamentares criticam acusações da Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que teria liderado um golpe.
19 de Fevereiro de 2025 às 11h02

Aliados de Bolsonaro rebatem denúncia da PGR sobre suposto golpe de Estado

Parlamentares criticam acusações da Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que teria liderado um golpe.

Deputados e senadores aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) manifestaram, nesta terça-feira, 18, forte oposição à denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O procurador-geral, Paulo Gonet, afirmou que Bolsonaro teria liderado articulações para um suposto golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022.

O líder da Oposição na Câmara, deputado Luciano Zucco (PL-RS), declarou que a denúncia “carece de fundamentação jurídica sólida” e questionou a imparcialidade da PGR. Segundo ele, as alegações se baseiam em interpretações subjetivas e não apresentam evidências concretas que sustentem as graves acusações.

“É imperativo destacar que tal denúncia carece de fundamentação jurídica sólida e parece estar alicerçada em interpretações subjetivas, desprovidas de evidências concretas que sustentem as graves acusações imputadas”, afirmou Zucco, reiterando que a oposição permanecerá “vigilante e atuante” para proteger Bolsonaro de uma “perseguição política disfarçada de procedimento legal”.

A líder da Minoria na Câmara, deputada Caroline de Toni (PL-SC), também se manifestou, alegando que Bolsonaro é alvo de uma “perseguição política”. De acordo com a parlamentar, as provas apresentadas pela PGR, com base no inquérito da Polícia Federal que investiga a tentativa de golpe, são “claramente políticas”.

“A perseguição política no Brasil tem patronos – e todos sabem quem são. Hoje, o maior líder deste País torna-se formalmente vítima da ditadura. Um processo cujos fundamentos são claramente políticos demonstra que o Estado Democrático de Direito não passa de letra morta”, disse De Toni.

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A deputada Carla Zambelli (PL-SP) destacou que a denúncia da PGR reforça a necessidade de aprovação de um projeto de lei que anistia os condenados pelos atos de 8 de janeiro. “A denúncia da PGR contra o ex-presidente Bolsonaro só reforça a necessidade de aprovarmos a anistia. O Brasil não pode permitir que a perseguição política se torne arma contra aqueles que apenas expressaram sua indignação”, afirmou Zambelli.

Conforme a denúncia da PGR, Bolsonaro teria liderado uma organização criminosa “baseada em projeto autoritário de poder” e “com forte influência de setores militares”. O ex-ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, também é apontado como um dos comandantes do esquema e se encontra em prisão preventiva.

“A organização tinha por líderes o próprio presidente da República e o seu candidato a vice-presidente, o general Braga Netto. Ambos aceitaram, estimularam e realizaram atos tipificados na legislação penal de atentado contra o bem jurídico da existência e independência dos poderes e do Estado de Direito democrático”, diz um trecho da denúncia.

Os advogados de Braga Netto, José Luis Oliveira Lima e Rodrigo DallAcqua, chamaram a denúncia de “fantasiosa”. Em nota, afirmaram que o general “está preso há mais de 60 dias e ainda não teve amplo acesso aos autos, encontrando-se detido em razão de uma delação premiada que não lhe foi permitido conhecer e contraditar”.

“A defesa confia na Corte, que o STF irá colocar essa malfadada investigação nos trilhos”, conclui a nota.

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