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Bolsonaro se reúne com aliados para definir estratégias após denúncia da PGR
O ex-presidente Jair Bolsonaro se encontra com parlamentares para discutir ações após ser acusado pela Procuradoria-Geral da República.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniu na manhã desta quarta-feira, 19, em Brasília, com parlamentares aliados para traçar estratégias de ação após a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A acusação, que envolve 34 pessoas, alega que Bolsonaro liderou uma organização criminosa com o objetivo de instaurar um projeto autoritário de poder, influenciado por setores militares.
O encontro ocorreu no apartamento do deputado federal Luciano Zucco (PL-RS), líder da oposição na Câmara. Estima-se que cerca de 30 parlamentares participaram da reunião, que teve como foco a defesa de Bolsonaro e a discussão sobre a anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro.
Os aliados do ex-presidente pretendem contestar a denúncia, argumentando que as provas reunidas pela Polícia Federal (PF) são frágeis. Durante a reunião, o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, destacou que a denúncia da PGR poderia inflamar ainda mais a situação política no país, citando declarações do atual ministro da Defesa, José Múcio, que afirmaram que Bolsonaro colaborou com a transição de governo em 2022.
A estratégia inicial dos parlamentares é reforçar a narrativa de que as acusações são infundadas e que a PGR estaria agindo de forma política. Além disso, a pauta da reunião incluiu a preparação para as manifestações convocadas para o dia 16 de março, que prometem reunir apoiadores de Bolsonaro em diversas cidades.
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Na terça-feira, 18, Bolsonaro já havia se encontrado com senadores aliados para discutir a situação, intensificando sua articulação política diante do avanço das investigações. A denúncia da PGR, assinada pelo procurador-geral Paulo Gonet, acusa Bolsonaro de liderar uma trama para impedir a posse do então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O procurador-geral argumenta que os atos denunciados não são isolados, mas parte de um plano mais amplo que se desenrolou ao longo de meses, visando a manutenção de Bolsonaro no poder, mesmo após sua derrota nas eleições de 2022. A PGR afirma que a organização criminosa teria atuado de forma hierárquica, com divisão de tarefas entre seus membros, incluindo figuras de destaque no governo anterior.
Entre os denunciados, além de Bolsonaro, estão o ex-ministro da Defesa, Braga Netto, e outros 32 indivíduos, todos acusados de integrarem a suposta organização criminosa. A PGR destaca que a investigação revelou um esquema que envolvia não apenas a tentativa de golpe, mas também ações que ameaçavam a democracia e a independência das instituições.
O caso agora será analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que decidirá sobre a aceitação da denúncia e os próximos passos do processo judicial. A expectativa é de que a situação continue a gerar debates acalorados no cenário político brasileiro, à medida que os aliados de Bolsonaro tentam se organizar para enfrentar as acusações e manter sua base de apoio.
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