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Bolsonaro critica Lula e afirma que ex-presidente "está nas cordas"
Em resposta a declarações de Lula, ex-presidente sugere que críticas visam desviar a atenção de problemas do governo atual.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) respondeu, nesta quinta-feira (20), às críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que envolve Bolsonaro em uma suposta tentativa de golpe de Estado. Ao comentar as declarações de Lula, Bolsonaro afirmou que o atual mandatário está "nas cordas" e que as críticas surgem em momentos de crise.
“Toda vez que Lula está nas cordas, coincidentemente, muitas coisas acontecem, sempre mirando o outro lado!”, escreveu Bolsonaro em suas redes sociais, referindo-se a uma série de problemas enfrentados pelo governo, como o aumento de impostos e escândalos envolvendo ministros.
“Toda vez que Lula está nas cordas (sem picanha, sem cervejinha, sem chicória, sem café, sem ovos, monitoramento do Pix, escândalos com ministros, gastos estratosféricos sem responsabilidade e o povo pagando aumentos exorbitantes de impostos sem o mínimo retorno), coincidentemente, muitas coisas acontecem, sempre mirando o outro lado!”
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 20 de fevereiro de 2025
Nesta manhã, Lula, durante uma entrevista à Rádio Tupi FM, no Rio de Janeiro, criticou Bolsonaro, sugerindo que o ex-presidente deveria afirmar sua inocência ao invés de pedir anistia. “Quando o ex-presidente fica pedindo anistia, está provando que é culpado, que cometeu crime”, declarou o petista.
O Projeto de Lei da Anistia, defendido por Bolsonaro e seus aliados, visa conceder perdão a pessoas investigadas por atos relacionados aos eventos de 8 de janeiro de 2023. Para Bolsonaro, a anistia é uma questão “humanitária”, enquanto seus opositores veem a proposta como uma tentativa de minimizar as consequências da denúncia.
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Na última terça-feira (18), a PGR denunciou Bolsonaro e mais 33 pessoas, acusando-os de envolvimento em uma trama golpista que buscava manter o ex-mandatário no poder, mesmo após sua derrota nas eleições de 2022. Os crimes atribuídos incluem organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
Os advogados de Bolsonaro classificaram a denúncia como "inepta" e "fantasiosa", argumentando que se baseia em delações contraditórias. “A defesa do Presidente Jair Bolsonaro recebe com estarrecimento e indignação a denúncia da Procuradoria-Geral da República, divulgada hoje pela mídia, por uma suposta participação num alegado golpe de Estado”, afirmaram os advogados em nota.
O ex-presidente também intensificou suas negociações com líderes do Centrão para tentar aprovar o projeto de anistia, que pode beneficiá-lo e seus aliados. Nos bastidores, Bolsonaro autorizou deputados do PL a pressionarem o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para acelerar a tramitação da proposta.
O projeto, que ainda aguarda a instalação de uma comissão especial, é visto como uma estratégia para questionar a inelegibilidade de Bolsonaro, imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030.
O Supremo Tribunal Federal (STF) agora analisará a denúncia e decidirá se aceita o caso, o que poderá levar Bolsonaro e os demais denunciados a responder formalmente às acusações.
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