
Bolsonaro minimiza risco de prisão e diz: “Caguei para prisão”
Em seminário do PL, ex-presidente comentou sobre denúncia da PGR e sua tranquilidade frente às acusações.
BRASÍLIA - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou nesta quinta-feira (20) sobre a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que o acusa de liderar uma tentativa de golpe de Estado após sua derrota nas eleições de 2022. Durante o 1º Seminário Nacional de Comunicação do Partido Liberal, realizado em Brasília, Bolsonaro demonstrou desprezo pela possibilidade de prisão, afirmando: “Caguei para prisão”.
A declaração ocorreu dois dias após a PGR formalizar a denúncia contra Bolsonaro e outras 34 pessoas, que podem enfrentar penas que somadas ultrapassam 50 anos de reclusão. O ex-presidente, em seu discurso, enfatizou que não se sente ameaçado pelas acusações, afirmando estar “tranquilo” e que sua consciência está limpa. “Nada mais tem contra nós do que narrativas”, disse.
Bolsonaro também se defendeu das alegações, afirmando que as acusações são infundadas e que as investigações foram baseadas em “narrativas” que não se sustentam. Ele criticou a forma como a liberdade de expressão tem sido tratada no Brasil, referindo-se ao episódio de 8 de janeiro de 2023, quando seus apoiadores invadiram e depredaram prédios públicos em Brasília. O ex-presidente estava nos Estados Unidos na ocasião e ironizou a situação, chamando-a de “golpe da Disney”.
“Eu estava lá com o Pato Donald e com o Mickey e tentei dar o golpe aqui [no Brasil]”, afirmou, insinuando que infiltrados teriam sido responsáveis pela depredação dos prédios públicos. Ele alegou que os danos ocorreram antes que seus apoiadores chegassem ao local, reforçando sua narrativa de que não teve participação nos eventos.


Além de criticar a PGR, Bolsonaro também fez menção ao procurador-geral, Paulo Gonet, que lidera a investigação. Ele afirmou que a denúncia não requer “800 pautas” para ser válida e que aqueles que escrevem muito geralmente não têm substância para apresentar. “Quem escreve muito não tem o que mostrar”, completou.
O ex-presidente, que já enfrentou diversas controvérsias durante e após seu mandato, continua a mobilizar sua base de apoio, que se sente perseguida pelas instituições. Durante o evento, ele reforçou que as acusações contra ele são parte de uma narrativa maior que visa deslegitimar sua figura e seu legado político.
O seminário do PL, que reuniu militantes e simpatizantes, foi uma oportunidade para Bolsonaro reafirmar sua posição e buscar fortalecer sua imagem entre os apoiadores. Ele também criticou a cobertura da mídia sobre os eventos que cercam sua figura e as denúncias que enfrenta.
Com a situação política no Brasil em constante ebulição, a resposta de Bolsonaro à denúncia da PGR é um reflexo da polarização que marca o cenário atual. O ex-presidente, que ainda mantém uma base de apoio significativa, parece determinado a continuar sua trajetória política, independentemente das adversidades legais que enfrenta.
Veja também: