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Bolsonaro admite exagero ao afirmar que "caguei" para prisão após denúncias
Ex-presidente se retrata sobre declaração polêmica e defende superbancada no Senado durante evento do PL em Brasília
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reconheceu nesta sexta-feira, 21, que exagerou ao afirmar, em evento do seu partido, que "cagou" para a possibilidade de ser preso. A declaração ocorreu após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar uma denúncia contra ele e outras 33 pessoas por suposta tentativa de golpe de Estado.
No dia anterior, durante sua primeira aparição pública após a denúncia, Bolsonaro havia dito que estava "com a consciência tranquila" e que não se importava com a possibilidade de prisão. "Vão prender o Bolsonaro? Caguei para a prisão", declarou na ocasião.
Em sua nova manifestação, o ex-presidente afirmou: "Ontem eu exagerei um pouquinho falando que estou assim para uma possível prisão. Mas você às vezes dá uns coices por aí para mostrar que somos de carne e osso. E a verdade vem nesses momentos". A declaração foi feita no encerramento do primeiro seminário de comunicação do PL, realizado em Brasília.
Além de abordar a questão da prisão, Bolsonaro também enfatizou a importância de eleger uma "superbancada" no Senado nas eleições de 2026. Ele argumentou que essa bancada seria crucial para enfrentar aqueles que, segundo ele, extrapolam suas funções, referindo-se ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que é relator das investigações contra ele.
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O ex-presidente destacou que o Senado é a casa responsável por julgar pedidos de impeachment contra ministros do STF e que, por isso, é essencial construir uma maioria sólida para defender seus interesses. "No ano que vem vocês vão me dar mais de 50% na Câmara e no Senado. Nós vamos voltar", pediu ao público presente.
Bolsonaro também tentou se distanciar dos eventos de 8 de janeiro de 2023, quando seus apoiadores invadiram os prédios dos Três Poderes. Ele afirmou que o ocorrido o surpreendeu e que não há evidências de sua participação. "Me botaram no processo como tendo participado do 8 de Janeiro. Não existe sequer uma mensagem minha. Aquilo surpreendeu a todos", declarou.
Durante o evento, Bolsonaro se emocionou ao assistir a um vídeo com depoimentos de seus filhos, Flávio, Eduardo e Carlos, que também estavam presentes. Carlos, por sua vez, também se emocionou ao falar sobre o pai e as dificuldades enfrentadas devido às investigações.
A PGR, sob a liderança de Paulo Gonet, denunciou Bolsonaro e outros 33 indivíduos no inquérito relacionado à tentativa de golpe, após uma análise de três meses das provas coletadas pela Polícia Federal. Se condenado, o ex-presidente pode enfrentar penas que variam de 12 a 43 anos de prisão.
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