Medida do Ministério da Agricultura visa garantir a qualidade dos alimentos, mas enfrenta resistência do setor produtivo.
20 de Fevereiro de 2025 às 20h25

Governo prorroga exigência de carimbo de validade em ovos para setembro de 2025

Medida do Ministério da Agricultura visa garantir a qualidade dos alimentos, mas enfrenta resistência do setor produtivo.

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou a prorrogação da exigência de carimbo com a data de validade nos ovos vendidos a granel. A nova data de implementação foi alterada de 4 de março de 2025 para 4 de setembro de 2025, em resposta a pressões do agronegócio e de representantes políticos do setor.

A portaria, que estabelece a obrigatoriedade de identificação dos ovos a granel, foi publicada inicialmente em setembro de 2024 e previa que os ovos vendidos sem embalagem primária deveriam ter um carimbo na casca com informações como data de validade e número de registro do estabelecimento produtor. A mudança foi oficializada em publicação no Diário Oficial da União na última quarta-feira (19).

Os estabelecimentos terão, portanto, até setembro de 2025 para se adequar às novas normas. A medida foi discutida em conjunto com o setor produtivo, buscando garantir a qualidade dos alimentos disponíveis ao consumidor e a transparência nas informações sobre os produtos.

Segundo o ministério, a identificação individual dos ovos é uma forma de assegurar a segurança alimentar e combater fraudes. “Todo produto de origem animal comestível produzido no Brasil deve estar rotulado, e os ovos não são exceção”, destacou a pasta em nota.

Os ovos vendidos em embalagens devidamente rotuladas não precisam seguir a regra de carimbo individual, que se aplica apenas aos produtos vendidos a granel. A tinta utilizada para a marcação deve ser atóxica e atender a padrões específicos estabelecidos por órgãos competentes.

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O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, ressaltou a importância de modernizar as normas para manter a competitividade do agronegócio brasileiro. “A competitividade do agronegócio depende dessas atualizações legislativas para se manter competitivo e acompanhar os avanços científicos”, afirmou.

A medida, no entanto, gerou críticas entre pequenos e médios produtores, que alertam para o aumento de custos e a burocratização do processo. A bancada do Novo no Congresso chegou a apresentar um projeto para revogar a portaria, argumentando que a exigência de identificação individual encareceria o produto final para os consumidores.

Além disso, a alta dos preços dos ovos tem sido uma preocupação para os brasileiros. De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), os preços dos ovos aumentaram até 40% desde o início do ano, em decorrência da alta demanda e da oferta restrita, especialmente com o aumento do consumo desse alimento em substituição às carnes, que também estão com preços elevados.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou que pretende se reunir com atacadistas para discutir a questão dos preços dos alimentos, incluindo os ovos, buscando soluções para a alta nos preços que tem afetado o poder de compra da população.

Com a nova prorrogação, o setor produtivo terá mais tempo para se adaptar às exigências, enquanto o governo busca equilibrar a qualidade dos produtos e a viabilidade econômica dos produtores.

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