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Presidiário da Carolina do Sul opta por fuzilamento como método de execução
Brad Sigmon, condenado por assassinato, será executado em 7 de março, marcando o retorno do fuzilamento nos EUA.
Brad Sigmon, um presidiário de 67 anos no corredor da morte da Carolina do Sul, decidiu ser executado por um pelotão de fuzilamento, método que não é utilizado nos Estados Unidos há 15 anos. A execução está agendada para o dia 7 de março, e Sigmon se tornará o primeiro condenado a morrer por esse método na Carolina do Sul.
Sigmon foi condenado em 2002 pelo assassinato dos pais de sua ex-namorada em Greenville County, onde os matou com um bastão de beisebol. Ele optou pelo fuzilamento em vez de injeção letal ou cadeira elétrica, citando o sofrimento prolongado que outros condenados enfrentaram durante as execuções recentes no estado.
“A escolha que Brad enfrentou era impossível”, afirmou seu advogado, Gerald “Bo” King. Ele explicou que, caso Sigmon tivesse escolhido a injeção letal, poderia ter uma morte prolongada, como ocorreu com os três homens executados na Carolina do Sul desde setembro do ano passado, que permaneceram vivos por mais de 20 minutos após o início do procedimento.
No dia da execução, Sigmon será amarrado a uma cadeira, com um capuz sobre a cabeça e um alvo sobre o coração. Três atiradores, que atuarão como voluntários, dispararão a uma distância de aproximadamente 4,6 metros.
Sigmon não escolheu a cadeira elétrica, pois seu advogado descreveu o método como “queimá-lo e cozinhá-lo vivo”. O advogado também destacou que a falta de transparência sobre os procedimentos de injeção letal na Carolina do Sul influenciou a decisão de Sigmon pelo fuzilamento, reconhecendo que será uma morte violenta.
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O advogado de Sigmon argumentou que, apesar de reconhecer a brutalidade do fuzilamento, seu cliente se sentiu compelido a escolher essa opção devido à incerteza sobre a eficácia e a humanidade da injeção letal, que foi criticada por falhas em execuções anteriores.
Os detalhes da execução foram discutidos em um contexto mais amplo, onde a Carolina do Sul enfrentou dificuldades para obter os medicamentos necessários para injeções letais, levando a legisladores a aprovar o uso do fuzilamento como alternativa. O estado gastou cerca de US$ 54.000 para adaptar sua câmara de execução para acomodar o novo método.
Sigmon, que se tornou o primeiro condenado a optar pelo fuzilamento na Carolina do Sul, também é o mais velho entre os 46 prisioneiros que já foram executados no estado desde a retomada da pena de morte nos EUA em 1976. Ele enfrenta um último apelo junto à Suprema Corte do estado, que pode decidir sobre a possibilidade de uma audiência sobre alegações de que seus advogados de defesa não foram adequadamente preparados durante o julgamento.
Se a apelação não for bem-sucedida, a última esperança de Sigmon pode ser um pedido de clemência ao governador republicano Henry McMaster, embora nenhum governador da Carolina do Sul tenha concedido clemência nos últimos 49 anos desde que a pena de morte foi restabelecida.
O caso de Sigmon destaca as controvérsias em torno da pena de morte nos Estados Unidos, especialmente em relação à transparência e à ética dos métodos de execução. A escolha do fuzilamento, embora considerada brutal, reflete a crescente preocupação com a eficácia e a humanidade dos métodos de execução disponíveis no país.
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