O ministro do STF, Alexandre de Moraes, pede manifestação da PGR em até cinco dias sobre notificação contra Eduardo Bolsonaro.
02 de Março de 2025 às 10h17

Moraes solicita parecer da PGR sobre investigação de Eduardo Bolsonaro

O ministro do STF, Alexandre de Moraes, pede manifestação da PGR em até cinco dias sobre notificação contra Eduardo Bolsonaro.

BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, requisitou à Procuradoria-Geral da República (PGR) que se manifeste, no prazo de cinco dias, sobre uma notícia-crime apresentada contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A solicitação surge em meio a acusações de que o parlamentar teria cometido crimes contra a soberania nacional.

A notícia-crime foi formulada pelos deputados petistas Lindbergh Farias (RJ), líder do PT na Câmara, e Rogério Correia (MG), que alegam que Eduardo Bolsonaro estaria articulando ações junto a políticos dos Estados Unidos para pressionar o Judiciário brasileiro. Além disso, os deputados pedem a apreensão do passaporte do parlamentar para impedir suas viagens ao exterior.

Os deputados argumentam que as recentes visitas de Eduardo aos Estados Unidos, desde a posse de Donald Trump, visam fomentar reações contra decisões do STF, configurando uma tentativa de intimidar o Poder Judiciário. A questão foi levada também ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que ainda não deu início às suas atividades após o recesso legislativo.

Em resposta às acusações, Eduardo Bolsonaro utilizou suas redes sociais para afirmar que sua atuação no exterior tem como objetivo denunciar abusos no Brasil. Ele declarou: “A função mais nobre que o parlamentar tem é denunciar esse tipo de coisa. (...) Querem atropelar a imunidade parlamentar, querem acabar com a liberdade de expressão. Qual crime? O que falei? O que eu fiz? Que democracia é essa?”

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Recentemente, o Departamento de Estado dos Estados Unidos divulgou um comunicado criticando as ações de Moraes que limitam o acesso à informação e impõem penalidades a empresas americanas por não restringirem conteúdos de usuários no Brasil. Essa crítica se refere a decisões do ministro que resultaram no bloqueio de plataformas como o Rumble e a suspensão do X.

A ofensiva contra Eduardo Bolsonaro não se restringe à notícia-crime. Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do PT, também protocolou uma representação no Conselho de Ética, alegando quebra de decoro parlamentar e sugerindo a cassação do mandato do deputado. A situação se torna ainda mais complexa com a crescente tensão entre o Brasil e os Estados Unidos, especialmente após as declarações do governo americano sobre a liberdade de expressão.

Eduardo Bolsonaro, por sua vez, enfatizou que suas ações têm como foco expor a realidade política brasileira e criticou o sistema judiciário do país, afirmando: “Não há justiça no Brasil, mas perseguição. Se suas ações fossem legítimas, eles não entrariam em pânico comigo apenas expondo os fatos para o mundo.”

O ex-presidente Jair Bolsonaro, pai de Eduardo, também se manifestou em defesa do filho, descrevendo-o como alvo de uma “perseguição implacável” e ressaltando que suas viagens aos EUA visam denunciar episódios como a prisão do ex-deputado Daniel Silveira.

A polêmica envolvendo Eduardo Bolsonaro e as críticas internacionais ao STF refletem um cenário de crescente tensão política. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil, em resposta às declarações do Departamento de Estado dos EUA, reafirmou sua posição de rejeitar tentativas de politizar decisões judiciais, enfatizando a soberania nacional.

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