O presidente da Ucrânia afirma que, apesar de tensões, está pronto para avançar nas negociações com Washington.
03 de Março de 2025 às 09h59

Zelensky reafirma disposição para assinar acordo mineral com os EUA após encontro conturbado

O presidente da Ucrânia afirma que, apesar de tensões, está pronto para avançar nas negociações com Washington.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou neste domingo que ainda está "pronto para assinar" um acordo de minerais com os Estados Unidos, mesmo após um encontro tumultuado na Casa Branca que impediu a formalização do pacto. Durante uma coletiva de imprensa em Londres, Zelensky enfatizou a importância de manter um diálogo construtivo com os EUA, afirmando que "se formos construtivos, o resultado positivo virá".

O acordo, que tinha como objetivo fortalecer as relações de segurança entre os dois países, deveria ter sido assinado na última sexta-feira, mas um desentendimento com o presidente dos EUA, Donald Trump, alterou os planos. Zelensky relatou que, apesar da tensão, está disposto a continuar as negociações, ressaltando que a posição da Ucrânia deve ser ouvida.

“O que está na mesa será assinado se as partes estiverem prontas”, afirmou o líder ucraniano, destacando que a relação com os EUA é fundamental para a Ucrânia, especialmente em tempos de conflito. Ele também mencionou que a agressão russa deve ser reconhecida e que os aliados precisam lembrar quem é o verdadeiro agressor na guerra.

Após o encontro, que incluiu um debate acalorado no Salão Oval, Zelensky foi instruído a deixar a sala sem que o acordo fosse formalizado. O presidente ucraniano, que viajou longas distâncias para se reunir com Trump, expressou que a visita à Casa Branca era um gesto de respeito e que ele não tinha a intenção de ofender ninguém.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, comentou que um acordo econômico entre os dois países seria impossível sem um acordo de paz prévio com a Rússia. Ele criticou a forma como as negociações estavam sendo conduzidas, sugerindo que Zelensky havia "desorganizado" a sequência necessária para que o acordo de minerais e o acordo de paz fossem discutidos.

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Durante uma cúpula de líderes europeus em Londres, Zelensky reiterou que a natureza combativa do encontro em Washington não beneficiou nem os EUA nem a Ucrânia, mas favoreceu o presidente russo, Vladimir Putin. Ele também se recusou a discutir a possibilidade de ceder território a Putin, uma sugestão que foi levantada por alguns membros do governo Trump.

Em resposta a uma pergunta sobre a possibilidade de um cessar-fogo, Zelensky mencionou que a França e o Reino Unido estão trabalhando em um plano que inclui a formação de uma "coalizão dos dispostos" para defender um acordo de paz na Ucrânia. Ele acredita que a melhor garantia de segurança para a Ucrânia é manter um exército forte.

O presidente francês, Emmanuel Macron, também se manifestou sobre a situação, sugerindo a possibilidade de um trégua temporária para facilitar as negociações de paz. Zelensky, por sua vez, expressou confiança de que a situação atual com os EUA é passageira e que as comunicações entre os dois países continuam, embora em níveis diferentes.

Com a invasão russa iniciada em fevereiro de 2022, a Ucrânia enfrenta desafios significativos, controlando atualmente cerca de 20% de seu território. Zelensky continua a buscar apoio internacional, enfatizando que a falha da Ucrânia não significaria apenas uma vitória para Putin, mas também um fracasso para a Europa e os Estados Unidos.

Os aliados da Ucrânia se reuniram em Londres para discutir o futuro do país e reafirmar seu compromisso em apoiar a Ucrânia, com promessas de aumentar os gastos em segurança e colaborar em um plano para enfrentar a agressão russa.

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