
EUA interrompem operações cibernéticas contra a Rússia em meio a tensões diplomáticas
Decisão do Comando Cibernético dos EUA ocorre após encontro conturbado entre Trump e Zelensky
Os Estados Unidos decidiram suspender as operações cibernéticas ofensivas contra a Rússia, conforme reportado por veículos de comunicação norte-americanos. A medida foi tomada em um momento delicado, no qual o presidente Donald Trump busca estabelecer uma distensão nas relações com o líder russo, Vladimir Putin, três anos após o início da invasão russa à Ucrânia.
Jason Kikta, ex-oficial do Comando Cibernético dos EUA, afirmou à CNN que essa decisão representa um “grande golpe” para a segurança nacional americana. Ele ressaltou que o planejamento de operações cibernéticas requer tempo e pesquisa, e a interrupção pode deixar o país mais vulnerável a ataques cibernéticos provenientes da Rússia.
A suspensão, que afeta diretamente o Comando Cibernético dos EUA, foi ordenada pelo Secretário de Defesa, Pete Hegseth. A unidade, responsável por ações ofensivas e defensivas no ciberespaço, está sediada em Fort Meade, Maryland. Fontes indicam que a decisão foi tomada em um contexto em que Trump busca suavizar as relações com Moscou, o que inclui esforços para restaurar canais diplomáticos.
As tensões entre os EUA e a Ucrânia também se intensificaram, especialmente após um encontro conturbado entre Trump e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no Salão Oval. Durante a reunião, Trump acusou Zelensky de “jogar com a Terceira Guerra Mundial” e expressou a intenção de se encontrar com Putin, uma postura que gerou críticas tanto em Washington quanto em Kiev.


A Agência de Segurança Cibernética e de Infraestrutura dos EUA (CISA) reafirmou sua missão de proteger a infraestrutura crítica do país contra todas as ameaças, incluindo as provenientes da Rússia. Em um comunicado, a CISA declarou que “não houve mudança em nossa postura” e que qualquer relato em contrário é falso e prejudica a segurança nacional.
A interrupção das operações cibernéticas pode impactar significativamente o suporte digital à Ucrânia, que já enfrenta uma série de ataques cibernéticos russos desde 2021. Especialistas alertam que essa pausa pode comprometer a capacidade dos EUA de responder a futuras ameaças cibernéticas.
Críticos da decisão, como o senador democrata Chuck Schumer, caracterizaram a medida como um “erro estratégico crítico”, argumentando que ela concede a Putin um “passe livre” para continuar suas operações cibernéticas contra os Estados Unidos. Por outro lado, alguns apoiadores de Trump, como o Secretário de Estado Marco Rubio, defendem que a abordagem do presidente é necessária para evitar antagonismos e promover um diálogo mais construtivo com a Rússia.
A suspensão das operações cibernéticas reflete uma nova fase nas relações entre os EUA e a Rússia, que têm sido marcadas por confrontos cibernéticos frequentes. Desde 2016, quando hackers russos tentaram influenciar as eleições americanas, Moscou tem utilizado táticas de desinformação e ataques cibernéticos, enquanto o Comando Cibernético dos EUA se consolidou como uma força de projeção de poder global.
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